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Democratização da beleza é possível na indústria cosmética?

Enquanto as mulheres brancas têm uma ampla variedade de produtos para escolher, com diferentes funcionalidades e acabamentos, as mulheres negras lutam para encontrar opções básicas que sejam compatíveis com sua cor de pele
57% das mulheres negras precisam comprar mais de um tom de base para misturá-los e chegar à sua cor.

Foto: Divulgação

26 de junho de 2024

O Brasil é o terceiro país do mundo que mais consome cosméticos, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A venda de produtos no país alcançou R$ 124,5 bilhões em 2023 e pode ultrapassar a faixa dos R$ 130 bilhões em 2026. No entanto, mulheres negras ainda lutam para que as marcas invistam na diversidade de tons na maquiagem, apesar disso não ser um segredo para o mercado de beleza.

A maquiadora Aline Ronaldo, que está no ramo desde 2009, destaca que ainda é um desafio encontrar produtos de boa qualidade que atendam às necessidades específicas das mulheres negras. “Se encontramos base e corretivo no tom, o subtom está errado, deixando essas clientes rosadas ou acinzentadas. É difícil trabalhar quando se precisa criar cores para atender às mulheres negras, que são traumatizadas por essa indústria”, conta.

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Uma pesquisa feita pela Avon, em parceria com a consultoria Grimpa, mostrou que 70% das mulheres negras entrevistadas estão insatisfeitas com as opções de produtos específicos para elas no mercado cosmético. 

Enquanto as mulheres brancas têm uma ampla variedade de produtos para escolher, com diferentes funcionalidades e acabamentos, as mulheres negras lutam para encontrar opções básicas que sejam compatíveis com sua cor de pele.

A análise ainda mostra que 61% das mulheres negras buscam por fórmulas multifuncionais quando compram base, mas esses produtos são raros no mercado. Isso as leva a buscar opções importadas, que são consideradas mais caras.

Outra realidade é que 57% das mulheres negras precisam comprar mais de um tom de base para misturá-los e chegar à sua cor. Além do trabalho extra, isso também gera um gasto adicional para esse público.

Marca tenta mudar esse cenário 

Apostar na democratização da beleza tem se comprovado como uma vantagem competitiva para a Avon, garantindo sua liderança na categoria de maquiagem no Brasil, segundo dados da Kantar. 

A marca lançou o movimento #EssaéMinhaCor, com o objetivo de ampliar a representatividade de mulheres negras tanto no portfólio como em suas peças publicitárias e quadro de colaboradores.  

Desde então, a Avon não só já incorporou 11 tonalidades de pele negra em mais de 50 novos produtos de maquiagem como convidou mulheres negras a protagonizarem campanhas, como Cris Vianna, Daniele Da Mata, Ana Paula  Xongani, Magá Moura, Geovana Ribeiro, Glória Abreu, Lub Big Queen, Odara, Onika Bibiano e Vilma Caetano. Atualmente, Jojo Toddynho é embaixadora da marca.

O maquiador Tássio Santos é hoje uma das vozes mais influentes na luta contra o racismo cosmético no Brasil. Especialista em maquiagem para pele negra, Tássio explora os portfólios e posicionamentos de diversas marcas em seu primeiro livro “Tem Minha Cor?”, que terá lançamento oficial em São Paulo no dia 11 de julho. Dentre as marcas reconhecidas por suas práticas exemplares na promoção da diversidade, a Avon é um destaque na publicação do maquiador.

“A Avon é uma empresa que nasceu, há mais de 130 anos, de um modelo de negócio criado para empoderar mulheres. Por essa razão, aposta na democratização da beleza e procura refletir essa convicção em todas as frentes de atuação, desde os produtos que criamos até na publicidade”, explica Juliana Barros, diretora de marketing da marca.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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