A desinformação é uma ameaça silenciosa à saúde pública, especialmente para a população negra no Brasil. Em um país no qual as desigualdades raciais e sociais ainda ditam quem tem acesso à informação e aos serviços de qualidade, a disseminação de notícias falsas sobre vacinação aprofunda um problema já alarmante: a baixa cobertura vacinal. Para se ter uma ideia, cerca de 23% dos responsáveis no país não vacinaram a criança mesmo indo ao posto, taxa de 17% entre brancos e acima de 29% entre pretos.
Para comunidades negras e periféricas, historicamente marginalizadas, o impacto é ainda mais devastador, colocando vidas em risco e perpetuando um ciclo de exclusão que remonta ao período escravocrata.
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Os dados são de um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, publicado em agosto de 2024 na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde e divulgado pela Agência Bori. A pesquisa aponta ainda que mães negras enfrentam quase o dobro de dificuldades para vacinar seus filhos em comparação com mães brancas.
O estudo evidencia desigualdades raciais na vacinação infantil, especialmente nos períodos críticos do desenvolvimento, como aos 5, 12 e 24 meses de vida. Nesses momentos, são aplicadas vacinas essenciais, incluindo a tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), hepatite A e rotavírus.
Os principais desafios identificados incluem a escassez de vacinas, o fechamento de salas de imunização e a falta de profissionais de saúde. Além disso, 7% dos responsáveis relataram dificuldades para levar as crianças aos postos de vacinação, seja devido à falta de tempo, problemas de transporte ou outros obstáculos. Esses desafios impactaram desproporcionalmente a população negra, que enfrentou barreiras 75% maiores em comparação à população branca.
Outro dado relevante mostra que quase metade das crianças apresentou atraso na aplicação de pelo menos uma vacina até os cinco meses de idade, taxa que sobe para 61% ao completar um ano. O levantamento também indica que essa situação é mais frequente entre filhos de mães negras e pardas, reforçando as disparidades no acesso à imunização.
A desinformação, prática que se caracteriza como a disseminação intencional de informações falsas ou descontextualizadas, com o objetivo de causar dano ou beneficiar alguém, prejudica o processo de vacinação em toda a sociedade, mas seus impactos são ainda mais severos nas comunidades negras e periféricas.
No Brasil, último país a abolir a escravidão, o legado de desigualdade no acesso à saúde torna a imunização um desafio particular, intensificado pela escassez de informações confiáveis e pela propagação de narrativas enganosas sobre a eficácia e segurança das vacinas.
A publicação “A volta da desinformação sobre vacinas”, do período de 26 de fevereiro a 21 de março de 2023, do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ajuda a esclarecer quem financia e quer tirar proveito da disseminação do discurso falacioso sobre o tema.
Dentre as narrativas de desinformação mais prevalentes, segundo o estudo, se destacaram as alegações sobre efeitos colaterais da vacinação e a promoção da imunidade natural como alternativa. Também há indícios de uma possível articulação entre conteúdos de grupos extremistas, que mesclam a negação científica com a propagação de teorias conspiratórias.
O estudo aponta que, com o avanço para uma nova fase no combate à Covid-19, o país também enfrentou uma onda renovada de desinformação. Um exemplo citado na publicação é o Movimento Nacional pela Vacinação, que teve início em 27 de março, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebendo a dose bivalente contra a Covid-19.
O evento, amplamente divulgado, provocou diversas reações nas redes sociais e desencadeou uma rápida propagação de desinformação em diversas plataformas. Esses conteúdos reviveram antigas narrativas antivacina, intensificadas especialmente em resposta à nova fase de imunização.
Durante o período analisado, plataformas como WhatsApp, Telegram e sites especializados em desinformação se destacaram por perpetuar um debate constante, amplificando a propagação de mensagens falaciosas.
Em relação aos portais, a pesquisa afirma que site Dunapress ganhou destaque por divulgar informações falsas, sugerindo uma possível articulação internacional na disseminação de desinformação. Uma de suas publicações afirmava, sem base científica, que as vacinas de mRNA poderiam provocar “danos cerebrais e cardíacos”.
No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desmente a informação e confirma não haver evidências que sustentem essa alegação. De acordo com o estudo, o mesmo material, incluindo a mesma imagem, foi reproduzido por portais de extrema-direita, como o americano The Epoch Times e o suíço Uncut-News, contribuindo para a propagação da desinformação.
Segundo a análise do levantamento, logo após a campanha do governo federal, foram identificadas 6,7 mil mensagens no WhatsApp que negavam a eficácia dos imunizantes, baseadas em estudos internacionais falsos que afirmam, sem fundamento, que as vacinas causam infartos e mortalidade infantil.
Um exemplo disso são grupos no WhatsApp que disseminaram mensagens sem embasamento científico, associando as vacinas contra a Covid-19 a mortes de crianças e artistas, como o músico brasileiro Bebeto Castilho e o rapper sul-africano Costa Titch, ambos vítimas de mal súbito. No entanto, segundo o documento, não há nenhuma evidência que relacione essas mortes à vacinação. Mesmo assim, teorias conspiratórias continuam se espalhando pelas redes sociais, alimentando a desinformação.
No X, após o início da campanha, o volume de mensagens atingiu 323,2 mil na primeira semana. Embora tenha diminuído posteriormente, o fluxo de conteúdos conspiratórios continuou constante, com foco nos laboratórios fabricantes de vacinas.
Um exemplo citado pelo levantamento se trata do tweet publicado pela podcaster Jamile Davis, o qual ela afirma que “o CEO da Pfizer teve que cancelar uma visita a Israel porque ele não é vacinado. Vou repetir: O CEO da Pfizer não está vacinado!”. O post, publicado em 1 de março de 2023, alcançou 178,7 mil visualizações, além de registrar 7 mil curtidas, 2 mil compartilhamentos e 172 comentários.
A publicação destaca que a informação foi tirada do contexto. “A notícia foi tirada do contexto do primeiro trimestre de 2021, quando Albert Bourla de fato havia cancelado uma viagem para Israel por ainda não ter tomado a segunda dose do imunizante.”
Outro exemplo mencionado é o tweet publicado no perfil da Dra. Roberta Lacerda, afirmando que a “proteína Spike artificialmente inoculada presente não só no músculo deltoide mas também nos testículos. Onde deveria haver espermatozoides existem pequenas cavidades preenchidas só por proteína spike”. O post, foi publicado em 2 de março de 2023, alcançou 291,8 mil visualizações, 5 mil curtidas, 2 mil compartilhamentos e 207 respostas.
A pesquisa destaca que Lacerda compartilhou a teoria de toxidade da proteína spike, sendo sintetizada na vacinação contra a Covid-19. “Ela usou o vídeo de uma pesquisa alemã para sugerir que a vacinação teria impacto na fertilidade.”
Após o início da campanha liderada pelo governo Lula, o volume de tweets reduz, mas se mantém constante na primeira semana de março, com conteúdo conspiratório focado nos fabricantes das vacinas.
Um levantamento exclusivo da Agência Pública, publicado em março de 2021, escancarou a desigualdade entre brancos e negros em relação número de pessoas vacinadas contra a covid-19 no país.
De acordo com o estudo, o número de pessoas brancas vacinadas contra a covid-19 superava o de pessoas negras. A pesquisa analisou os dados de 8,5 milhões de indivíduos que receberam a primeira dose das vacinas autorizadas para o combate ao coronavírus.
E ainda, cerca de 3,2 milhões de pessoas com 18 anos ou mais que se identificaram como brancas receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19. Por outro lado, 1,7 milhão de indivíduos que se declararam negros, com 18 anos ou mais, foram vacinados com a primeira dose da vacina contra o coronavírus.
Impactos da desinformação vacinal nas comunidades negras e periféricas
A desinformação sobre vacinas tem se mostrado um problema crescente, especialmente em comunidades negras e periféricas, onde os efeitos de conteúdos enganosos são amplificados devido a fatores estruturais e falta de acesso a informações confiáveis.
O editor-chefe do Comprova, Sérgio Lüdtke, e o chefe de reportagem do Aos Fatos, Luiz Fernando Menezes, analisam a extensão desse fenômeno e seus impactos na saúde pública.
Lüdtke destaca que a desinformação mais disseminada nessas comunidades está relacionada aos supostos efeitos colaterais das vacinas contra a Covid-19, além de informações errôneas sobre políticas de imunização para outras doenças.
“Também encontramos conteúdos enganosos sobre políticas de vacinação e a distribuição de imunizantes para dengue e mpox, conhecida como varíola dos macacos”, explica ele.
Sobre como essa desinformação se difunde, o editor-chefe aponta que o alcance é bastante personalizado, dependendo de redes específicas e do perfil de quem publica ou compartilha as informações. “O efeito da desinformação varia de acordo com o usuário, influenciado pelo nível de informação que possui e até pelo grau de fragilidade emocional”, afirma.
No combate à desinformação, Lüdtke faz uma analogia entre a vacinação tradicional e a “imunização” contra boatos. “A vacina contra a desinformação é composta por informações claras e confiáveis, conteúdos explicativos e muito contexto, oferecidos antes mesmo do surgimento de campanhas de desinformação”, sugere.
Ele ressalta que os entes públicos devem atuar preventivamente, antecipando riscos e preparando a população com informações sólidas para evitar danos às políticas públicas de saúde.
Quanto ao papel das plataformas digitais, Lüdtke propõe ações mais rigorosas, como intensificar a moderação de conteúdos prejudiciais à saúde e adotar medidas como checagem, exclusão de perfis nocivos e alertas específicos.
“É necessário alertar pessoas que acessaram ou visualizaram conteúdos posteriormente comprovados como nocivos ou perigosos”, acrescenta, destacando que tais iniciativas poderiam reduzir significativamente os impactos da desinformação nas comunidades mais afetadas.
Já o chefe de reportagem do Aos Fatos, Luiz Fernando Menezes, aponta que a disseminação de desinformação nessas áreas pode ser mais intensa devido a uma série de fatores estruturais.
“Infelizmente, não existe um levantamento sistemático sobre a desinformação de acordo com raça ou gênero no Brasil”, afirma, mas menciona algumas pesquisas que já exploraram o tema.
De acordo com o DataFavela, 64% dos moradores de periferias relataram já ter se deparado com desinformação sobre políticas públicas. Além disso, o Fala Roça destacou que a falta de acesso à educação midiática nas favelas e periferias torna essas comunidades mais vulneráveis à desinformação. Menezes também observa que fatores como analfabetismo e pobreza, que afetam em maior escala a população negra, agravam a situação.
“Pessoas analfabetas e com baixa escolaridade tendem a consumir conteúdo de uma forma diferente — preferem vídeos e áudios em vez de textos”, explica. Como resultado, essas pessoas acabam se informando, muitas vezes, por meio de plataformas como WhatsApp, Instagram e TikTok, onde as informações podem ser facilmente manipuladas sem controle rigoroso.
A falta de políticas claras contra desinformação nessas plataformas, como acontece no WhatsApp e TikTok, permite que qualquer usuário compartilhe conteúdos enganosos sem a devida verificação.
“Infelizmente, o trabalho de checagem tradicional, muito atrelado à mídia escrita, não chega com a mesma força a essas comunidades”, lamenta Menezes. Para combater esse fenômeno, o Aos Fatos tem buscado diversificar as formas de distribuir as checagens.
“Tentamos adaptar a checagem ‘clássica’ para formatos mais acessíveis, como stories no Instagram, threads no X e até vídeos no TikTok”, diz Menezes. Além disso, ele destaca que é fundamental que o governo e as redes sociais também se envolvam em campanhas para combater a desinformação vacinal, já que ela tem gerado consequências graves, como a recusa à vacinação e o retorno de doenças.
Mudanças nas políticas contra desinformação da Meta
O chefe de reportagem destacou a importância de intensificar a moderação de conteúdos prejudiciais à saúde pública nas plataformas digitais. Ele mencionou como exemplo a parceria que a Meta, controladora do Instagram, Facebook e WhatsApp mantém com agências de checagem de fatos, que identificam e sinalizam publicações desinformativas após análise criteriosa.
“É importante fortalecer a moderação de conteúdo. Desinformação vacinal pode matar, e em alguns casos, deixa de ser apenas um boato e se torna um risco real para a saúde pública”, alerta.
No entanto, no último dia 7 de janeiro, a big tech anunciou uma mudança em suas plataformas, que consiste no encerramento do programa de checagem de fatos e a substituição por um sistema chamado “Notas da Comunidade”.
Inspirado no modelo já implementado pela plataforma X (antigo Twitter), de Elon Musk, o novo formato coloca os usuários no centro da moderação, permitindo que eles identifiquem e acrescentem contexto a conteúdos potencialmente enganosos. A mudança já passou a valer nos Estados Unidos.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, justificou a decisão como um retorno às raízes da empresa no que diz respeito à liberdade de expressão. Com o novo sistema, usuários do Facebook, Instagram e Threads poderão colaborar na sinalização de publicações duvidosas, deslocando a responsabilidade de moderação das agências e especialistas para a própria comunidade.
“É hora de voltar às nossas raízes em torno da liberdade de expressão. Estamos substituindo os verificadores de fatos por Notas da Comunidade, simplificando nossas políticas e focando em reduzir erros. Ansioso pelo próximo capítulo”, escreveu Zuckerberg ao publicar o vídeo em sua conta no Instagram.
Ainda sobre o assunto, Menezes ressalta que a solução passa por medidas como a diminuição do alcance de conteúdos falsos, a desmonetização ou até a exclusão das publicações, quando aplicável.
Além disso, o jornalista defende que as plataformas impulsionem conteúdos que desmentem fake news, já que, muitas vezes, a checagem não alcança o mesmo número de pessoas que as informações falsas. “O ideal seria que os conteúdos verificadores chegassem à mesma audiência que as fake news”.
Importância da vacinação e enfrentamento da desinformação nas comunidades negras
Lúcia Xavier, coordenadora geral do Criola, uma das principais organizações de combate ao racismo e promoção dos direitos das mulheres negras, destaca a importância da cobertura vacinal para a população negra.
“A vacinação é fundamental, especialmente para crianças, pois é ela que permite enfrentar o primeiro e mais crítico momento da mortalidade infantil”, afirmou. Para Xavier, a rede de atenção primária à saúde, composta por hospitais e unidades básicas de saúde, tem um papel crucial nesse processo, especialmente para a população negra em situação de vulnerabilidade.
Ela também ressalta a importância de fortalecer os vínculos com as unidades de saúde desde o pré-natal até o pós-parto, já que esse acompanhamento contínuo é essencial para garantir a vacinação e o acesso a cuidados de saúde. “Esses vínculos devem ser fortalecidos para garantir que as crianças sejam matriculadas no sistema de saúde e, assim, recebam a imunização necessária”, afirmou a coordenadora.
A desinformação sobre vacinas, especialmente nas comunidades periféricas, também foi mencionada como um grande desafio. A coordenadora revela que o Criola está implementando um projeto no município de Japeri, no Rio de Janeiro, para aumentar a conscientização sobre o direito à vacinação, focando em dois grupos vulneráveis da população negra: crianças e idosos.
Ela acredita que a iniciativa ajudará a garantir que essas comunidades tomem decisões informadas sobre a saúde de seus filhos e familiares. Além disso, destaca a necessidade de campanhas educativas focadas em combater a desinformação, considerando a alta taxa de morbidade e mortalidade evitável nas comunidades periféricas.
Ela ressaltou também que é necessário que as campanhas de vacinação sejam culturalmente adaptadas, para as informações chegarem de maneira eficiente e respeitosa. “Não basta apenas divulgar informações, é preciso garantir o acesso à vacina e superar estigmas discriminatórios”, afirma.
Lúcia também menciona que a desconfiança histórica da população negra em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS), que apesar de ser o principal provedor de cuidados para essa população, enfrenta desafios como o racismo institucional.
“O SUS é uma política fundamental, mas para que ele cumpra realmente seu papel de promover saúde e dignidade, é necessário enfrentar o racismo institucional, melhorar a acessibilidade e garantir um atendimento acolhedor”, finaliza.
Desigualdade no acesso à saúde e o discurso falacioso sobre vacinação
O membro do Departamento de Imunoterapia da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Marcos Gonçalves, discute os fatores que contribuem para as disparidades na cobertura vacinal entre as populações negras e periféricas em comparação com as mais privilegiadas.
Segundo ele, “a dificuldade de acesso da população negra e das periferias ao sistema de saúde” é um dos principais fatores responsáveis pelas disparidades na vacinação.
Para o especialista, embora o Sistema Único de Saúde (SUS) devesse ser acessível a todos, na prática, enfrenta falhas logísticas e estruturais, como a escassez de vacinas e a dificuldade de acesso aos postos de saúde.
Gonçalves também destaca a influência das fake news, que têm impactado negativamente a confiança da população nas vacinas: “Infelizmente, uma parcela da população mais vulnerável não possui os recursos ou o discernimento necessário para distinguir o que é verdade do que é mentira.”
De acordo com ele, as informações falsas espalhadas por vídeos de políticos e outros influenciadores desacreditam as vacinas, dificultando o combate à desinformação.
No que diz respeito ao histórico de desigualdades no acesso à saúde, o especialista aponta que as populações mais vulneráveis enfrentam obstáculos significativos, como “postos de saúde localizados longe, falta de vagas para consultas e ausência de estrutura nos postos”.
Para o imunologista, esses desafios resultam em um acesso limitado à saúde e à vacinação, especialmente para aqueles que dependem do SUS, em contraste com os que têm acesso a planos de saúde privados, onde o atendimento é mais rápido e acessível.
Em relação às doenças evitáveis, ele destaca o risco de reemergência de doenças como sarampo e poliomielite, além de mencionar o surto de meningite meningocócica tipo B que ocorreu em 2023 e se estendeu em 2024.
A falta de acesso à vacina contra essa doença, que não está no calendário do SUS, afetou principalmente as comunidades mais carentes. “Mais de 90% dos casos ocorreram em crianças de bairros economicamente mais vulneráveis, como Benedito Bentes, Trapiche e Jacintinho, [bairros periféricos de Maceió] muitas delas de origem negra e pertencentes a famílias de baixa renda”, afirma.
Como evitar cair em desinformação sobre vacinas?
Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e três Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, lançaram em março de 2024, o guia para profissionais de saúde: “Desinformação sobre saúde: vamos enfrentar esse problema?”.
O documento aborda a desinformação sobre saúde, especialmente a desvalorização da ciência e das políticas sanitárias, oferecendo uma curadoria de cursos sobre educação midiática, espaços para checagem de notícias e fontes confiáveis para orientar as ações dos profissionais na desmistificação dessas informações.
Veja abaixo as dicas para enfrentar a desinformação em saúde:
- Consulte fontes confiáveis e evite compartilhar informações sem verificar a veracidade e a origem;
- Ao corrigir informações, participe de conversas construtivas, ouvindo e compreendendo preocupações para adaptar sua comunicação de forma eficaz;
- Sempre que possível, use dados e pesquisas comprovadas para reforçar sua mensagem;
- Demonstre abertura para aprender e corrigir informações, se necessário, fortalecendo sua credibilidade;
- Tenha paciência: mudar crenças leva tempo e exige repetição e apoio contínuo;
- Profissionais de saúde também educam. Ensine como identificar e evitar desinformação;
- Incentive a educação midiática para um consumo crítico de informações;
- Para mais ajuda, acesse o site Saúde com Ciência, do Ministério da Saúde.