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Acompanhe o boletim ‘Curva das periferias: negros e pobres diante da pandemia’

25 de agosto de 2020

Iniciativa dos portais Alma Preta e Nós, mulheres da periferia sistematiza e investiga dados dos impactos da pandemia nos distritos da cidade de São Paulo

Texto: Redação | Imagem: Divulgação

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Já faz cinco meses desde que o Brasil conheceu a palavra coronavírus mais de perto. Em agosto, atingimos a triste e absurda marca de 100 mil mortes de brasileiros pela Covid-19.

Este número tem cor e CEP. Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde mostram que, entre os registros com informações raciais, pretos e pardos foram 59% dos mortos – mas em 31% das mortes, não há informação sobre a cor das vítimas. Em junho, os dados da Prefeitura de São Paulo mostram os bairros afastados do centro com maior número de mortes: Sapopemba, na zona leste, apresentava 300 mortes; Brasilândia, na zona norte, 277; e Grajaú, na zona sul, 267 mortes.

Diante disso, o projeto “Curva das periferias – negros e pobres diante da pandemia” se propõe a investigar e registrar o impacto da pandemia na cidade de São Paulo a partir das suas periferias e se propõe a discutir como e quanto a desigualdade social aumenta o tamanho dessa tragédia para a população negra e pobre.

O projeto surge de uma parceria entre os portais Nós, mulheres da Periferia e Alma Preta e pretende registrar historicamente como a pandemia tem afetado as regiões periféricas da cidade de São Paulo. Você, morador(a) da cidade, poderá consultar o histórico e evolução da pandemia nos distritos mais afetados.

A partir deste boletim e da análise desses dados, Nós e Alma produzirão conteúdos e reportagens com o objetivo de contar as histórias por trás dos números e investigar as consequências da crise econômica e sanitária que estamos vivendo.

Acompanhe o boletim por aqui e nas redes sociais.

De onde vêm esses dados? Entenda a metodologia

Todos os dados contidos no boletim foram retirados da plataforma TabNet da Prefeitura Municipal da Cidade de São Paulo. Lá, é possível encontrar a série histórica de diversas doenças de notificação compulsória do município de São Paulo, ou seja, doenças cujo registro é obrigatório para controle e intervenção.

Os dados contidos no TABNET sobre mortalidade por COVID-19 têm como fonte o Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM/PRO-AIM – CEInfo –SMS-SP. Criado em 1989, o objetivo deste sistema de informação é “facilitar e descentralizar o acesso às informações sobre mortalidade no Município de São Paulo”. Tal sistema utiliza o aplicativo SIM do Ministério da Saúde para tornar a base de dados apropriada à incorporação na base federal.

É preciso dizer que um fator que fragiliza esses dados, principalmente quando tratamos de mortalidade, é o tempo de atualização do número de morte ou de casos ocorridos.

Isso ocorre porque a confirmação da doença pode demorar entre uma e duas semanas e ainda há o tempo de importar os dados para o sistema. Portanto, o “Curva das Periferias” trará os números de até quinze dias de distância da data de publicação do boletim.

Os dados sobre mortalidade por Covid-19 são divididos em quatro categorias: suspeitos e residentes; suspeitos e ocorridos; confirmados e residentes; e confirmados e ocorridos.

No boletim, consideraremos os dados de mortes “confirmadas” e “suspeitas” por Covid-19, ou seja, aqueles casos em que no atestado médico da declaração de óbito houver uma sequência de eventos que se inicia com Covid-19 ou constar apenas que o óbito ocorreu por Covid-19.

Quanto ao marcador racial, este dado é coletado quando, ao falecer, a identificação racial do sujeito é feita por heteroidentificação. Tanto a família e/ou profissional da saúde podem sinalizar a raça do indivíduo.

Por fim, a escolha metodológica de analisar a propagação do vírus por distrito administrativo do município de São Paulo foi feita com o objetivo de compreender quais as implicações políticas, sociais e econômicas que distanciam os bairros com as maiores e menores taxas de pessoas que adquiriram a doença e pessoas faleceram.

A cidade de São Paulo possui 96 distritos administrativos, o que inviabilizaria um boletim com todos distritos, por essa razão os boletins irão comparar os cincos distritos mais e menos afetados pela Covid-19.

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