O estudo produzido pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ mostrou que, no ano passado, 230 pessoas LGBTI morreram de forma violenta no Brasil. O número equivale a uma morte a cada 38 horas. A sigla abrange pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres e homens trans, pessoas transmasculinas, não binárias e demais dissidências sexuais e de gênero.
De acordo com o dossiê, 184 pessoas foram vítimas de assassinatos, 18 morreram por suicídio e outras 28 por outras causas. Do total, 80 vítimas eram pretas ou pardas, 70 brancas e uma indígena. Pessoas transsexuais foram as maiores vítimas, principalmente mulheres trans e travestis, que juntas totalizam 142 mortes, outras 11 cometeram suicídio. Homens gays representam 59 mortes e outras.
As circunstâncias das mortes são verificadas por meio do cruzamento de informações com registros oficiais dos crimes junto às secretarias de Segurança Pública dos estados, por meio de mecanismos como a Lei de Acesso à Informação.
O estado que mais vitimou pessoas LGBTI+ foi São Paulo, com 27, seguido por Ceará e Rio de Janeiro com 24 mortes em cada um. Considerando as vítimas por habitantes, o Mato Grosso do Sul lidera com 3,26 mortes por milhão. Em seguida vêm Ceará (2,73 mortes por milhão), Alagoas (2,56 mortes por milhão), Rondônia (2,53 mortes por milhão) e Amazonas (2,28 mortes por milhão). Foram contabilizadas mortes em todos os estados.
O dossiê ainda destaca que as violências contra LGBTI+ aconteceram em diferentes ambientes — doméstico, via pública, cárcere, local de trabalho etc.
Os dados parciais de janeiro a abril de 2024 mostram que 61 mortes de pessoas LGBTI+ já ocorreram. No período, a população de travestis e mulheres trans são as maiores vítimas, totalizando 40; seguido de gays (9), bissexuais (3), duas pessoas transmasculinas, três mulheres lésbicas e outras quatro sem identificação de identidade de gênero ou orientação sexual.