Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Enedina Alves, primeira engenheira negra do Brasil, ganha escultura em Curitiba

Honraria foi inaugurada no centro de Curitiba, cidade de nascimento da homenageada
A imagem mostra a estátua de Enedina Alves ao lado de sua sobrinha, uma senhora negra. A foto foi tirada no dia da inauguração da escultura.

Foto: Ricardo Marajó/SMCS

17 de janeiro de 2024

Na segunda-feira (15), foi inaugurado um novo monumento no centro de Curitiba (PR) em homenagem a Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra a se graduar em Engenharia no Brasil (1913-1981).

A escultura, instalada no calçadão da Rua XV de Novembro, em frente ao histórico edifício Moreira Garcez, retrata Enedina sentada com um livro, símbolo de sua contribuição para a educação. A obra, desenvolvida ao longo de seis meses no Ateliê de Escultura do Memorial Paranista, é resultado da parceria entre a Prefeitura de Curitiba, o centro universitário Uninter e a agência OpusMúltipla.

A cerimônia de entrega foi marcada por uma celebração que reuniu representantes da população negra da capital paranaense, além de familiares de Enedina Alves Marques, incluindo sua sobrinha Lizete Marques e os sobrinhos-bisnetos Daniel Marques Filho e Alessandra Marques. O monumento destaca o legado e a importância da pioneira na história da educação brasileira.

Quem foi Enedina Alves?

Filha de Paulo Marques e Virgília Alves Marques, Enedina nasceu em 1913, em Curitiba, no Paraná, e foi criada na casa da família do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho, na qual sua mãe trabalhava como doméstica.

Enedina foi matriculada nas mesmas escolas da filha de Domingo, para que ambas pudessem fazer companhia uma à outra. Alfabetizada entre 1925 e 1926, Enedina formou-se no curso “Normal” em 1931 e iniciou sua carreira como professora, lecionando em cidades no interior do Paraná.

Em 1940, iniciou sua graduação em Engenharia na Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Paraná. Antes de conquistar sua formação, em 1945, aos 32 anos, a estudante negra sofreu preconceito e perseguições durante a sua trajetória universitária. Alguns professores insistiam em reprová-la para que não conseguisse concluir o curso.

Enquanto engenheira, Enedina teve muitos feitos. Em 1946, ingressou como auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas do Paraná e em seguida foi realocada para trabalhar no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica.

Durante esse tempo, participou da construção da Usina Capivari-Cachoeira, um de seus maiores feitos, e colaborou com o Plano Hidrelétrico do estado. Também foi uma das responsáveis pela construção do Colégio Estadual do Paraná e da Casa do Estudante Universitário de Curitiba.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia Mais

Quer receber nossa newsletter?

Destaques

AudioVisual

Podcast

EP 153

EP 152

Cotidiano