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Enem tem o menor número de inscritos desde a reformulação em 2009, diz Inep

Quantidade de participantes pode diminuir ainda mais hoje, data em que o prazo de pagamento do boleto é encerrada

Texto: Caroline Nunes | Edição: Nadine Nascimento | Imagem: Reprodução/Governo Federal

Tela inicial da página do Enem

19 de julho de 2021

A edição 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem o menor número de inscritos desde 2009, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O número foi divulgado após o término do prazo de inscrições, na última quinta-feira (15), e contabilizou 4.004.764 milhões de pessoas.

O número inclui também as isenções de taxa de inscrição, que custa R$85 neste ano, e aqueles que ainda não pagaram o boleto, disponível para quitação até hoje (19). O Inep reforça que muitas pessoas desistem do pagamento e, por essa razão, o número de participantes no Enem 2021 pode ser menor ainda.

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Se comparado ao ano passado, período que o exame contou com o total de 6,1 milhões de inscritos – com 60% de pretos ou pardos (3,44 milhões) -, a quantidade total de candidatos caiu 35%. Em 2020, após a confirmação do pagamento da taxa, o número diminuiu para 5,7 milhões.

No ano passado, o boletim “As desigualdades educacionais e a Covid-19”, do Afro Cebrap, apontou que o ensino à distância foi um dos fatores que ocasionaram a insegurança dos estudantes para se inscreverem no Enem. Já os dados da Pnad-Covid 2020 mostram que a desigualdade de renda e étnico-racial foram diferenciais no acesso ao ensino remoto, especialmente, pela falta de equipamentos eletrônicos e internet nas casas dos alunos. A pesquisa mostrou também que no ensino médio, 68% dos pardos e 66% dos estudantes pretos matriculados não tinham computador ou internet em casa.

Nos últimos anos, o total de inscritos, de acordo com o Inep, foi o seguinte: em 2009, ano da reformulação do exame, 4,5 milhões de pessoas se inscreveram; em 2010, 4,6 milhões; e 2011 contou com 6,2 milhões de inscritos no Enem. Já em 2012, o exame contabilizou um total de 6,4 milhões de participantes; em 2013, 7,1 milhões; e em 2014, 9,4 milhões de pessoas se inscreveram – número recorde de participações.

Em 2015, o Enem contou com o total de 8,4 milhões de inscritos; em 2016, 9,2 milhões; e 7,6 milhões em 2017. O ano de 2018, no entanto, apresentou queda no número de participantes, contando com 6,7 milhões. A baixa também foi observada em 2019, com 6,3 milhões; e em 2020, ano de início da pandemia de Covid-19, com 6,1 milhões de inscrições.

Desde o início da pandemia, segundo informações da Pnad-Covid, os estudantes do ensino médio da região Norte do Brasil (54%) foram os menos assistidos pelas atividades online disponibilizadas pelo sistema público educacional no último ano, o que inclui deveres, aulas online e estudo dirigido. No Sul, 90,8% dos alunos foram atendidos, ante 86,5% do Sudeste, 82,3% do Centro-Oeste, e 71% do Nordeste. A pesquisa ainda mostra que os jovens negros foram os que menos receberam atividades em todo o país. A proporção entre brancos foi de 89%. Já a de alunos negros foi de 77% no ano passado.

Leia também: ‘Desigualdade no acesso à educação durante a pandemia preocupa pais e educadores’

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