A Escolinha Maria Felipa abre inscrições para curso em educação étnica e racial. Na sua sexta edição, a instituição afro-brasileira quer impulsionar uma educação sob óticas africanas e indígenas. Com programação agendada para os dias 28, 29 e 30 de junho, às temáticas serão abordadas via plataforma digital das 19h às 21h, respectivamente. As inscrições vão até o próximo dia 26 de junho.
A instituição – que carrega o nome de um ícone para a independência da Bahia – realiza a atividade desde 2019. Além de trocas, partilhas, quanto aos conhecimentos antirracistas, a escola segue com o propósito de levantar recursos financeiros para manutenção neste contexto de pandemia e crise econômica.
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Ao todo, três dias dividirão as temáticas da formação. Para a abertura (28), o tema escolhido é “A importância da Literatura Indígena no movimento Indígena”, que será abordado pela professora, escritora e ativista indígena Eliane Potiguara. O curso sucede no dia 29, tratando da “Oralidade e Ancestralidade na Escola” e será dado pela educadora e professora Vanda Machado. Encerrando, a professora Giselda Perê traça reflexões sobre “A Mitologia Africana na Educação Infantil Escolar”. Detalhes sobre a programação estão disponíveis na página oficial da escola no Instagram.
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“Desejamos espalhar pelo Brasil a perspectiva educacional que acreditamos ser a revolução que queremos, uma formação emancipadora, que liberta, sendo equânime, reconhecendo todas as pessoas envolvidas no processo como protagonistas de suas próprias histórias e como pessoas igualmente potentes”, finaliza Bárbara.
O curso terá duração de duas horas diárias e será ministrado totalmente on-line por uma plataforma de vídeo-chamada, o Google Meet. Até o momento, a inscrição está no valor de R$60. Para se inscrever, os interessados deverão acessar o link. De acordo com a asessoria da escola o curso deve ter presença fixa na grade da escola, como uma especialização que será disponibilizada em breve.
Fundação da escola
A escola nasceu em 2019, após Bárbara Carine, idealizadora e consultora pedagógica da instituição, adotar a sua filha e pensar sobre sua educação. No caminho encontrou locais que não valorizam as raízes epistemológicas africanas e ameríndias, bem como a estética e cultura destes povos. Com base em conversa e pesquisa com pesquisadores e ativistas da educação étnico-racial, fundou a escolinha.
Hoje, a instituição é considerada afrocentrada, afroafetiva, anti-opressiva, que valoriza a diversidade e carrega o nome de uma mulher, uma referência histórica de força, luta e liderança, como compromisso à ancestralidade africana.
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