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Escola divulga foto com criança de ‘blackface’ em evento da Consciência Negra

O caso aconteceu em Gurupi, em Tocantins, e revela prática racista surgida no século 19 de ridicularização da população negra

Texto: Redação | Imagem: Reprodução Instagram/ Colegio Adventista Gurupi

Criança branca pintada de preta em evento de escola.

Criança branca pintada de preta em evento de escola.

22 de novembro de 2021

Em um evento do Dia da Consciência Negra na última sexta-feira (19), uma escola de Gurupi, no sul do estado de Tocantins, reproduziu a imagem de uma criança branca pintada com tinta preta com uma peruca que simula o cabelo black power. Na legenda da publicação, a escola disse que os alunos foram “caracterizados” em comemoração ao 20 de novembro.

A prática racista, chamada ‘blackface’, repercutiu nas redes sociais, gerando comentários de repúdio e de denúncia. “É inconcebível que uma escola que se propõe o papel de educar futuros cidadãos, se preste ao papel de expor e incitar crianças a discriminação ou preconceito de raça, cor”, disse o Coletivo Nacional de Juventude Negra (Enegrecer), de acordo com informações reveladas pelo G1.

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Após a repercussão negativa, o Colégio Adventista de Gurupi apagou a publicação e compartilhou uma nota com pedido de desculpas em que diz ser contrária a todo e qualquer tipo de discriminação racial. “O Colégio incentivou os estudantes a celebrarem de forma livre esse importante dia com respeito e admiração pelas pessoas. Em nenhum momento, os estudantes foram pintados ou estimulados a pintarem o rosto”, ressaltam.

Blackface é prática racista

O ‘blackface’ (termo em inglês que significa ‘cara preta’) se refere à prática teatral de atores brancos se pintarem de pretos para representarem, de forma caricata e discriminatória, pessoas negras. O conceito racista começou a se popularizar no século 19 nos Estados Unidos e é caracterizada por ridicularizar a população afrodescendente e suas características físicas com estereótipos negativos. associados à piada e à sátira para entretenimento de audiências brancas.

Na época do surgimento do ‘blackface’, pessoas negras não eram autorizadas a atuar em palcos. Depois, a prática racista também foi levada para o cinema e para a televisão.

Leia também: Estudante denuncia gestor de escola por transfobia e intolerância religiosa

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