Um estudo publicado na quarta-feira (22) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) concluiu que, mesmo que mulheres negras sejam a maior parte da população brasileira — mais de 60 milhões, cerca de 28,5% do total —, elas são as menos beneficiadas por avanços sociais.
Os dados apresentados na pesquisa são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua (PNAD Contínua) de 2012 a 2021, além de informações do Ministério da Saúde, DataSus e Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), entre 2020 e 2021.
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O grupo que abrange mulheres negras corresponde à maior porcentagem de brasileiros em idade ativa, cerca de 48,3 milhões, 28,4% do total. Essas mesmas mulheres são as que mais ocupam cargos em subempregos (33,9%). Os domicílios chefiados por mulheres negras representam 27,4% e abrigam, proporcionalmente, mais pessoas e crianças, em comparação aos demais grupos.
O estudo revelou que mulheres negras estão mais expostas à baixa longevidade, menos possibilidade de estudo e à baixa renda. Cerca de 60% da população mais carente depende das condições de trabalho e vida de mulheres negras para sobreviver.
No âmbito da educação, mulheres negras lideram os índices de analfabetismo. Elas compõem o grupo que, com 18 anos ou mais, tem o ensino fundamental incompleto, somando 30,7% do total.
O levantamento mostrou também que um dos principais motivos para que 7,6 milhões de mulheres negras estejam fora do mercado de trabalho formal é a responsabilidade com os afazeres domésticos, cuidados com os filhos e outros parentes.