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Ex-aluno da UFRGS é preso após condenação por racismo em rede social

Condenado a 2 anos e 9 meses de prisão em regime aberto, ex-doutorando em Filosofia foi detido por crimes raciais cometidos em 2021
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

— Reprodução/UFRGS

31 de março de 2025

Nesta segunda-feira (31), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu Álvaro Hauschild, de 32 anos, ex-aluno de doutorado em Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A detenção ocorreu em um hotel no centro de Porto Alegre, após a expedição de um mandado de prisão em 17 de março pela 2ª Vara de Execuções Criminais. 

Hauschild foi condenado a 2 anos e 9 meses de prisão em regime aa as aberto pelo crime de racismo, praticado em 2021 por meio de mensagens enviadas via Instagram.

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Durante o interrogatório, o preso optou por permanecer calado e teve o celular apreendido para análise pericial. Ele foi encaminhado ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp) para cumprir a pena.

O caso de racismo

O crime ocorreu em setembro de 2021, quando Hauschild enviou mensagens racistas à namorada de um estudante negro da UFRGS. Nas mensagens, ele questionou a relação interracial e fez comparações ofensivas, sugerindo que negros representavam um “problema” em sociedades desenvolvidas. As publicações viralizaram e levaram à abertura de um processo criminal.

O caso foi enquadrado no artigo 20 da Lei 7.716/1989, que tipifica o racismo como crime inafiançável e imprescritível. O Ministério Público classificou a conduta como racismo qualificado, por ter sido cometida em meio digital, o que aumentou a pena.

Expulsão da UFRGS e antecedentes

Antes da condenação judicial, em 2022, a UFRGS decidiu expulsar Hauschild por violação ao Código Disciplinar Discente (CDD), que proíbe atos de discriminação baseados em raça, gênero ou religião. A universidade destacou que a medida foi tomada para preservar o ambiente acadêmico livre de preconceitos.

Além do racismo, Hauschild tem outros antecedentes criminais, incluindo injúria, perseguição e falsa comunicação de crime. Recentemente, um novo boletim de ocorrência foi registrado contra ele por comentários misóginos em uma reportagem nas redes sociais.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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