A falta de acesso ao saneamento básico no Brasil resultou em 344 mil internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) em 2024, segundo estudo do Instituto Trata Brasil em parceria com a EX Ante Consultoria.
O levantamento aponta que crianças, idosos, mulheres e populações vulneráveis são os mais afetados por essas enfermidades, que poderiam ser evitadas com investimentos em infraestrutura básica.
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As Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) incluem infecções gastrointestinais, dengue, leptospirose e outras enfermidades causadas pelo contato com água contaminada ou vetores de transmissão.
Entre os casos registrados no último ano, 49% das internações foram causadas por doenças transmitidas por insetos vetores, principalmente dengue, e 47,6% por infecções feco-orais, como diarreias e hepatite A.
A região Nordeste concentrou o maior número de internações por doenças de transmissão feco-oral, com destaque para o Maranhão, que registrou 29,8 mil casos. No Norte, as internações por DRSAI também foram elevadas, com 27,2 mil casos de doenças feco-orais.
Óbitos e impactos no SUS
Crianças de até quatro anos e idosos foram os grupos mais afetados pelas DRSAI, representando 43,5% das internações em 2024. Foram registrados 70 mil casos entre crianças e 80,9 mil entre idosos. A taxa de incidência foi de 53,7 casos por 10 mil crianças e 23,6 casos por 10 mil idosos.
Em 2023, o país registrou 11.544 óbitos por doenças ligadas à falta de saneamento. O estudo estima que, com a universalização do saneamento, o número de internações poderia ser reduzido em 69,1% após três anos da implementação.
A precariedade da infraestrutura também tem impacto econômico. O custo médio de cada internação foi de R$ 506,32 em 2024. A ampliação do acesso ao saneamento básico geraria uma economia de aproximadamente R$ 50 milhões por ano ao sistema de saúde pública.
O estudo “Saneamento é saúde: Como a falta de acesso à infraestrutura básica afeta as incidências de doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado no Brasil?” está disponível na íntegra para a consulta pública neste link.