A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou, na semana passada, uma chamada pública de R$ 5,5 milhões para as organizações sociais que mantêm projetos de promoção integral à saúde em favelas do Estado do Rio de Janeiro. O lançamento ocorreu na quadra da escola de samba Mangueira.
A iniciativa inédita faz parte do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro, uma parceria da Fiocruz com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Pontifícia Universidade Católica (PUC)-RJ, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Assembleia Legislativa (Alerj). O projeto já distribuiu 400 toneladas de alimentos e impactou a vida de 325 mil pessoas desde 2021.
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Segundo a fundação, o plano deve ampliar sua base de atuação a partir do ano que vem, isso porque a Alerj aprovou a destinação de R$ 25 milhões para o projeto no orçamento de 2024. Atualmente, o recurso aguarda liberação para ser executado.
O lançamento do novo edital integrou a programação do evento “Favela produz saúde”, que reuniu lideranças comunitárias de 90 organizações que integram o Plano, acadêmicos das universidades parceiras e representantes da sociedade civil para apresentar os resultados e entregas do projeto e priorizar as estratégias do planejamento para 2024.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, ressaltou a relevância da iniciativa, destacando seu impacto nas estratégias de saúde em áreas mais vulneráveis.
“A chamada pública representa mais um passo significativo dentro do nosso compromisso com o Plano Integrado de Saúde nas Favelas do RJ, uma parceria sólida que tem desempenhado um papel importante na promoção da saúde desde 2021. O evento [na quadra da Mangueira] não apenas celebra este importante trabalho coletivo, mas também fortalece e renova o nosso compromisso com o acesso à saúde e ao bem-estar social”, afirmou.
Para o coordenador-executivo do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do RJ, Richarlls Martins, a experiência pode subsidiar a construção de uma agenda estratégica em âmbito nacional.
“Nossa contribuição institucional é de pensar o quanto a Fiocruz, nesse diálogo com a favela, se beneficia; de reconstruir uma perspectiva de produção de conhecimento que vê a favela como um objeto e não como um sujeito da construção da política pública”, detalha.