A Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (Renafro) e o Ilê Omolu Oxum lançaram hoje (30) a pesquisa “Respeite o Meu Terreiro – 2024” para atualizar os dados dos levantamentos de 2021 e ampliar o raio de ação no território nacional.
Para a pesquisa deste ano, os grupos pretendem coletar as informações junto às lideranças religiosas de matriz africana por meio de um formulário digital até o mês de julho. A partir da coleta, analisar e interpretar as informações até outubro e divulgar o relatório com os resultados em novembro, mês da Consciência Negra.
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As parcerias estratégicas firmadas na primeira edição da pesquisa, como a Defensoria Pública da União e do Instituto Raça e Igualdade, seguem para o atual levantamento. A atual equipe é formada por pesquisadores da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). O projeto conta ainda com o financiamento do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania.
A edição pioneira da pesquisa identificou, a partir da perspectiva dos povos de terreiro, que havia um desconforto para denunciar em delegacias as violências que sofriam. Outra constatação do levantamento diz respeito à impunidade causada pela falta de queixas oficiais, o que, segundo o estudo, torna as vítimas ainda mais vulneráveis para possíveis reincidências.
De acordo com a coordenadora nacional da Renafro, Mãe Nilce de Iansã, o levantamento expôs informações importantes e os resultados serviram de base para as recomendações ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU (CERD), em novembro de 2022, em Genebra, Suíça. “Foi a primeira vez que aquela comissão inseriu a temática de racismo religioso na pauta de recomendações”, disse em comunicado à imprensa.
O formulário da pesquisa leva em média três minutos para ser respondido e estará disponível nas redes sociais da Renafro e Ilê Omolu Oxum, até o dia 30 de julho de 2024.