O Fundo Casa Socioambiental lançou o edital inédito “Educação para o Bem Viver”. que destinará recursos para até 20 projetos de todo o Brasil focados no fortalecimento do ensino quilombola e na promoção da equidade racial.
Com um investimento de R$ 1 milhão , a chamada tem como objetivo fortalecer a autonomia, a cultura e os direitos dessas comunidades por meio de ações educacionais contextualizadas, promovendo a equidade racial no ambiente escolar.
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O edital está aberto para associações quilombolas e organizações sem fins lucrativos que atuam na área da educação e que buscam desenvolver projetos alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola. As inscrições poderão ser feitas até o dia 25 de março, por meio da plataforma CasaDigital.
As comunidades quilombolas desempenham um papel fundamental na preservação da cultura, história e saberes ancestrais. No entanto, a educação quilombola ainda enfrenta grandes desafios, como a falta de materiais pedagógicos específicos e a necessidade de formação de professores para lidar com as realidades desses territórios.
Dados do Censo Escolar 2023 revelam que apenas 4,6% das escolas brasileiras oferecem educação quilombola e menos de 15% dispõem de materiais pedagógicos sobre Relações Étnico-Raciais.
A chamada do Fundo Casa, realizada em parceria com a Imaginable Futures, busca reverter esse cenário, investindo em uma educação antirracista e, consequentemente, na preservação da memória quilombola e no fortalecimento da participação das comunidades em políticas educacionais.
Como participar
As organizações interessadas devem acessar a plataforma CasaDigital para submeter suas propostas dentro do prazo estipulado. Além disso, será realizada uma oficina tira-dúvidas no dia 13 de março de 2025, onde os participantes poderão esclarecer questões sobre o processo de inscrição e os critérios de seleção.
Os projetos inscritos poderão se enquadrar em três linhas principais:
- Fortalecimento da Gestão Escolar – Incentivo à produção de materiais pedagógicos, revisão de Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) e inclusão da história quilombola nos currículos escolares.
- Incidência Política e Trabalho em Rede – Apoio à articulação de organizações quilombolas em redes de educação e justiça racial, promovendo maior representatividade em espaços decisórios.
- Formação de Educadores e Promoção da Equidade Racial – Capacitação de professores e gestores escolares para aplicar práticas pedagógicas antirracistas e fortalecer o ensino quilombola.
Cada projeto selecionado poderá receber até R$ 50 mil para execução ao longo de 12 meses, com início previsto para julho de 2025.