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Impunidade: caso de injúria racial no Mineirão completa um ano sem sentença

10 de novembro de 2020

Torcedores do Atlético Mineiro fizeram ofensas racistas a um segurança do estádio após serem impedidos de transitar para área exclusiva de jornalistas; autores do crime processaram o clube por danos morais

Texto: Victor Lacerda | Edição: Nataly Simões | Imagem: Douglas Magno

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Neste dia 10 de novembro completa-se um ano do caso de injúria racial sofrida pelo então segurança do estádio do Mineirão, Fábio Coutinho. O profissional alega ter sido vítima de ataques verbais racistas quando tentava trabalhar durante uma partida entre o Atlético Mineiro e o Cruzeiro, em um jogo na cidade de Belo Horizonte, que terminou em um empate de 0 x 0.

Conforme lembra o Observatório da discriminação racial no futebol, ao serem impedidos, por Fábio e outros seguranças, de passar para a área da imprensa, os irmãos Adrierre Siqueira da Silva e Natan Siqueira da Silva fizeram ofensas como “olha sua cor” e “macaco” contra o profissional.

Fábio prestava serviço a menos de um ano ao estádio quando o ataque aconteceu. Nascido no Rio de Janeiro, chegou à cidade de Belo Horizonte há oito anos e já se considerava torcedor do Atlético Mineiro, o mesmo time dos autores do crime.

Na época, o jornalista de uma rádio local, Lucas Von Dollinger, publicou um vídeo sobre o ocorrido, que recebeu repercussão nacional. Os irmãos Siqueira da Silva prestaram depoimento na Delegacia Civil da Pampulha. Em defesa, um dos irmãos negou a fala discriminatória e respondeu às acusações corrigindo que teria usado o termo “palhaço” e não “macaco”.

O processo segue em tramitação na 6ª Vara Criminal de Belo Horizonte e os aacusados continuam impunes. Adrierre e Natan já receberam a intimação sobre o episódio, mas não chegaram a passar por uma audiência e, por consequência, não foram julgados.

Caso sejam culpabilizados pelo ato, os irmão responderão ao artigo 140 do Código Penal, que prevê como pena de injúria racial a reclusão de 1 a 6 meses ou possibilidade de pagamento de multa.

Por meio de um recurso jurídico, os irmãos autores das ofensas racistas processaram o Atlético Mineiro por danos morais. Eles afirmam que o clube foi responsável pela confusão entre torcedores e seguranças durante a partida e por condenar os então torcedores antes mesmo da sentença final do caso. Eles pedem, na justiça, um valor próximo a dez salários mínimos, justificado pelo crime de danos morais.

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