O Tribunal de Justiça da Catalunha iniciou o julgamento do ex-jogador de futebol Daniel Alves. O brasileiro é acusado de estuprar uma mulher no banheiro de uma boate em Barcelona, na Espanha.
Sob alegação de que as investigações tiveram início sem o conhecimento do acusado, a defesa de Daniel pediu que o julgamento fosse anulado. A advogada argumentou ainda que as informações divulgadas na imprensa criaram um “julgamento paralelo” do brasileiro, o que poderia influenciar diretamente a decisão do Tribunal. Os três juízes do caso negaram o pedido.
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Uma amiga da vítima, que estava com ela na noite do crime, foi a primeira das seis pessoas a prestar depoimento no primeiro dia. A testemunha chorou o tempo todo e contou que o ex-jogador também passou a mão em seu corpo quando as convidou para o camarote.
A vítima prestou depoimento na sequência, em um espaço longe do alcance da imprensa e do réu. Com voz e imagem distorcidas, a jovem manteve a versão de que Daniel a estuprou no banheiro da boate.
Segundo informações dos jornais espanhóis La Vanguardia e El Periódico, a defesa do brasileiro vai declarar embriaguez. A quinta versão do ex-jogador consiste em sustentar a versão de que o atleta “não tinha plena consciência de seus atos na noite em questão”.
Nesta quarta-feira (7) são esperados 22 depoimentos. O jogador deve depor nesta data, depois de todas as testemunhas e equipe responsável pelas investigações.
Caso seja condenado, Daniel Alves deverá pagar 150 mil euros, o equivalente a quase R$ 800 mil na cotação atual, por danos morais e psicológicos, além de cumprir pena que pode chegar a 12 anos. A sentença não tem data para ser apresentada.
Relembre o caso
Em 29 de dezembro de 2022, Daniel Alves foi à boate Sutton, em Barcelona. A convite do atleta, a vítima e mais duas amigas foram para a área VIP e depois a mulher foi levada ao banheiro, onde o estupro aconteceu.
A jovem foi levada a um hospital da região e os exames constataram violência e DNA de Daniel na vítima, que prestou queixa no dia seguinte. Daniel Alves foi preso preventivamente em 20 de janeiro de 2023. A Justiça da Espanha negou quatro pedidos de liberdade provisória, alegando risco de fuga.