No domingo (12), o Tribunal de Justiça do Estado de São Pulo (TJSP) acatou um pedido de prisão preventiva para um segundo suspeito de envolvimento no ataque ao assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na cidade de Tremembé, no interior paulista.
O caso ocorreu no dia 10 de janeiro e deixou três mortos. A invasão ao assentamento Olga Benário também feriu gravemente cinco pessoas, incluindo crianças e idosos.
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Outro homem, apontado como mentor intelectual do crime, foi preso temporariamente no dia seguinte a ocorrência. Conhecido como “Nero do Pisero”, o acusado ficará preso por, no mínimo, 30 dias.
Segundo o comunicado da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o ataque teria sido motivado por uma negociação de um terreno na área ocupada pelo MST.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, no sábado (11), a abertura de uma investigação criminal pela Polícia Federal (PF). O documento, assinado pelo ministro em exercício, Manoel Carlos de Almeida Neto, cita violação aos direitos humanos.
No velório das vítimas, a ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, informou que a equipe do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) da pasta prestará atendimento individualizado às famílias.
“A partir de amanhã, ouviremos cada família para que a gente possa organizar uma agenda que garanta a proteção coletiva da comunidade, que passar por identificar a necessidade de câmeras de monitoramento, por exemplo, até vários outros equipamentos pensados para que a gente possa fazer esse monitoramento”, declarou Evaristo.
O crime
De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o assentamento foi atacado por volta das 23h de sexta. O relato das testemunhas indica que homens armados invadiram o assentamento com carros e motos, disparando contra os moradores indiscriminadamente.
Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, e Valdir do Nascimento, 52 anos, foram atingidos durante a invasão e morreram no local. As demais vítimas foram levadas para o Hospital Regional de Taubaté, cidade no Vale do Paraíba a cerca de 8km do acontecido.
Em nota, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra comunicou o falecimento de mais uma pessoa, que estava internada em coma induzido devido aos ferimentos. Denis Carvalho, de 29 anos, foi atingido na cabeça e faleceu no último domingo (13).