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Levantamento alerta sobre desigualdade nos cargos digitais e tecnológicos

Iniciativas buscam reverter o quadro de disparidade de gênero no setor
Imagem mostra uma mulher negra sentada em uma mesa digitando no computador, ao seu lado, em segundo plano, está um homem negro realizando a mesma atividade.

Foto: Pixabay

19 de janeiro de 2024

A pesquisa “Cargos Tech e Digital 2023”, realizada pela Mercer, empresa de consultoria, revelou as disparidades de gênero em cargos digitais e tecnológicos no Brasil. Os dados indicam que apenas 30% dessas posições são ocupadas por mulheres.

Esses números reforçam a masculinização da tecnologia, sobretudo quando olhamos para os grupos étnicos e raciais. Segundo dados do mais recente Relatório de Diversidade da Brasscom, a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) aponta que mulheres negras ocupam apenas 11,6% desse mercado.

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A pesquisa contou com a participação de 559 empresas (tradicionais e nativas digitais), com mais de 150 mil profissionais reportados. Para reverter o quadro, algumas empresas implementam programas educacionais específicos para mulheres, como iniciativas de qualificação e comitês dedicados à igualdade. Essas ações visam não apenas a coleta de métricas, mas também o desenvolvimento de projetos inclusivos.

Em artigo publicado pela Alma Preta em janeiro de 2022, a jornalista Jackeline Carvalho aponta que o mercado de tecnologia não vai manter os negócios ativos sem corrigir as desigualdades presentes no setor

Ela afirma que, diante da escassez de mão de obra, as empresas precisarão preencher quase 800 mil postos de trabalho até 2025. Além disso, daqui para frente serão cada vez mais cobradas sobre a forma como lidam com questões sociais, de meio ambiente e de governança.

“O setor de TI tem em mãos a chance de protagonizar a construção de um mundo inclusivo […]. Não custa lembrar que empresas mais diversas não só lidam melhor com problemas e são melhor posicionadas — porque contam com múltiplas visões”, pontua.

Em paralelo a esse cenário, organizações como a Escola da Nuvem atuam para incluir mais pessoas não brancas no mercado de trabalho por meio da capacitação de pessoas em situação de vulnerabilidade social. 

No projeto em questão, além da certificação em fundamentos de nuvem, como AWS e Microsoft, os alunos também recebem um acompanhamento sobre as habilidades comportamentais requisitadas na área de tecnologia e trilha de carreira até conquistarem o primeiro emprego.

Outra alternativa que busca equilibrar o cenário é a {reprograma}, iniciativa on-line de impacto social que ensina programação para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica. O projeto está com as inscrições abertas até abril de 2024.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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