O cacique Merong Kamakã Mongoió, figura reconhecida como articulador do movimento indígena, foi assassinado em Brumadinho, Minas Gerais, na segunda-feira (4). O líder pertencia ao povo pataxó hã-hã-hãe e desempenhava um papel fundamental na luta pela defesa dos direitos dos povos indígenas.
Segundo relatos de um membro da equipe da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que atua no estado, Merong expressou recentemente sua intenção de intensificar as lutas em defesa das comunidades indígenas.
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De acordo com a Agência Brasil, o cacique estava à frente da Retomada Kamakã Mongóio, no Vale do Córrego de Areias, em Brumadinho, e engajado na defesa não apenas de seu próprio povo como também de outras etnias, como os kaingang, os xokleng e os guarani.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) lamentou, em nota, a perda e disse se solidarizar com familiares e amigos de Merong. A entidade também destacou os feitos e conquistas do líder indígena em vida.
A região onde ocorreu o assassinato, a Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu, é frequentemente alvo de invasões e conflitos, protagonizados por fazendeiros e posseiros. O local ficou marcado também pela morte do líder pataxó João Cravim, irmão de Galdino Jesus dos Santos, que foi queimado vivo em Brasília (DF) em 1997.
Esse episódio se soma a uma série de ataques contra líderes indígenas. Em dezembro do ano passado, Lucas Kariri-Sapuyá, outro cacique pataxó hã-hã-hãe, foi assassinado em circunstâncias semelhantes.
Já em janeiro deste ano, a líder indígena Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó, foi morta durante um ataque de fazendeiros no sul da Bahia.