Pedro Bellintani Baleotti, aluno de Direito e apoiador de Bolsonaro, fez vídeos portando uma arma em mãos: “Tá vendo essa negraiada? Vai morrer!”, disse na gravação
Texto / Simone Freire / Imagem / Divulgação AfroMack
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A Reitoria da Universidade Presbiteriana Mackenzie decidiu aplicar, definitivamente, a sanção disciplinar de desligamento do estudante de Direito Pedro Bellintani Baleotti, por meio de uma portaria publicada no dia 12 de abril.
Pedro Bellintani Baleotti, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PSL), divulgou em suas redes sociais vídeos portando uma arma em mãos e dizendo que estava à caminho do seu colégio eleitoral “ao som de Zezé, armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo”. No fim do vídeo, ele filma duas pessoas negras em uma moto e afirma: “Tá vendo essa negraiada? Vai morrer! Vai morrer! É capitão, caralho”.
A universidade já havia divulgado a expulsão do aluno em janeiro, mas a juíza Silvia Figueiredo Marques, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, lhe concedeu uma liminar que anulava sua expulsão sob a alegação de que a comissão que definiu a punição direcionada a Pedro estava irregular.
Na época, o Coletivo Negro Afromack organizou uma grande manifestação defendendo a punição de Baleotti, e o caso repercutiu rapidamente na mídia.
Após a decisão definitiva da reitoria, nesta sexta-feira (24), o coletivo divulgou uma nota em que pontua o sentimento de alívio e pontuando que o resultado é fruto de inúmeras as reuniões, manifestações de indignação por parte do coletivo e de toda a comunidade mackenzista, além de todo um acompanhamento dos trâmites jurídicos necessários “para garantir que a justiça fosse feita”.
“Após mais de seis meses de luta, buscando todas as soluções possíveis, muitas vezes até perdendo noites de sono e prejudicando nossa saúde psicológica devido ao medo de retaliações, finalmente podemos ver o direito à vida ser colocado como uma prioridade, de acordo com o que assegura a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Todos nós temos o direito de ir e vir sem temer perder a vida apenas pela cor de pele. De fato, todas as vidas importam, mas não é sempre que as vidas negras são tratadas com a mesma importância das outras, e não descansaremos até que esses momentos de exceção sejam regra”, pontuou o coletivo no comunicado.