O Ministério Público da Paraíba (MP-PB) notificou na quarta-feira (27) a empresa Uber do Brasil Tecnologia para prestar esclarecimentos relacionados à prática de racismo religioso por motoristas parceiros da plataforma. A decisão foi tomada após uma mãe de santo ter a corrida cancelada após o condutor identificar que a passageira estava em um terreiro de candomblé.
A medida foi instaurada pela promotora de Justiça Fabiana Maria Lobo da Silva, que atua na área de defesa da cidadania na capital. A representante do MP-PB informou que a apuração do processo será feita em duas esferas: na criminal, já que a religiosa fez um boletim de ocorrência na delegacia de João Pessoa, e na cível por meio do procedimento aberto pela Promotoria.
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Em nota, Fabiana Lobo disse que outros religiosos já manifestaram o fato de terem corridas canceladas na Uber quando o destino são centros religiosos de matriz africana. Neste caso, o motorista ainda escreveu uma mensagem racista para a passageira.
A promotora ainda reforçou que, além de contribuir para a resolução do caso, o órgão quer saber o que a empresa tem feito para evitar novos incidentes.
“Queremos que a empresa preste esclarecimentos do que vem fazendo para evitar esse tipo de crime, que é um crime também, um crime de racismo, e as medidas que serão adotadas com relação aos motoristas que cometerem esse tipo de prática”, explicou.
Em nota, a Uber disse ser contra qualquer forma de discriminação e que em casos dessa natureza, encoraja a denúncia, tanto pelo próprio aplicativo, quanto às autorizadas competentes. A empresa informou ainda que a conta do motorista está banida da plataforma e que está à disposição para colaborar com as investigações.
Texto atualizado em 02/04/2024 às 10h08 para incluir o posicionamento da Uber.