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Mães de vítimas de operações policiais são centro de projeto que cria ações contra a violência de estado

Projeto concederá 100 bolsas de extensão por 12 meses para as mães participarem de debates e grupos de trabalho em prol de políticas públicas de combate à violência de estado
Mães reunidas na primeira reunião do projeto da Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

9 de setembro de 2024

No último final de semana (7), a Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado (Raave) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deram início ao projeto que disponibilizará 100 bolsas de pesquisa para mães de jovens vítimas de operações policiais no Rio de Janeiro.

A iniciativa conta com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e vai pagar o valor de R$ 700,00 mensais durante um ano para as selecionadas, que terão envolvimento em uma série de debates e pesquisas. A bolsa ainda poderá ser prorrogada por mais dois anos.

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Em troca, as participantes terão que se comprometer com as diretrizes da Rede e manter frequência assídua nos encontros. As mães formaram grupos de trabalho conforme as localidades que residem e terão suas atividades acompanhadas por dois estudantes da universidade. 

O projeto pretende chegar ao final do período com uma proposta de política pública envolvendo os direitos daqueles que são afetados pela violência de Estado que será apresentada à pasta. A proposta também será para familiares de vítimas de outros estados, para que a construção seja a nível nacional.

O Raave é constituído por instituições defensoras de direitos humanos, movimentos de mães e familiares das vítimas e grupos clínicos de atenção psicossocial e já atendia algumas das mães com acolhimento e acompanhamento no Instituto de Psicologia a UFRJ.

Entre todas as inscritas, apenas 9% contavam com algum vínculo empregatício e 94% possuíam responsabilidades com outros filhos. Mais da metade informou estar desempregada, ser autônoma ou dona de casa, contando majoritariamente com programas sociais como principal fonte de renda. Boa parte das candidatas é engajada na luta por direitos humanos.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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