Monitoramento da Conaq contabiliza pouco menos de 100 mortes e 833 casos confirmados em 17 estados de quase todas as regiões do país
Texto: Flávia Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Imagem: Cristiano Martins/Agência Pará
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Já são quase cem quilombolas mortos em decorrência da Covid-19, o novo coronavírus, em todo o Brasil. Desde abril, a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais e Quilombolas (Conaq) faz o monitoramento dos casos nos territórios e a organização contabiliza que 59 quilombos já tiveram óbitos. Atualmente, há o registro de 833 casos confirmados e 195 em monitoramento.
Mais de um quilombola tem morrido por dia desde 11 de abril, quando foi registrado a primeira morte. O Pará continua na liderança da lista dos óbitos entre os estados, com 33 registros. Em seguida vem o Amapá, com 15; são nove, no Maranhão, Rio de Janeiro e em Pernambuco; cinco, no Espírito Santo; quatro na Bahia; dois, em Goiás e uma no Amazonas, Ceará, Mato Grosso e na Paraíba.
Em nota, a Conaq afirma que devido à falência estrutural de sucessivos governos e dinâmicas de racismo institucional, os quilombos não contam com um sistema de saúde estruturado, ao contrário, os relatos da maior parte dos quilombos é de frágil assistência e da necessidade de peregrinação até centros de saúde melhor estruturados.
“As condições de acesso à água em muitos territórios é motivo de preocupação, pois também dificulta as condições de higiene necessárias para evitar a propagação do vírus. Essa situação tende a ser agravar exponencialmente com as consequências sociais e econômicas da crise da pandemia na vida das famílias quilombolas”, pontua o comunicado da organização.