PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Ministério dos Direitos Humanos pede investigação sobre morte de senegalês após operação policial em São Paulo

Serigne Mourtalla Mbaye morreu após cair do 6º andar de prédio no centro da capital paulista
Na imagem, Serigne Mourtalla Mbaye, homem senegalês que morreu na última terça-feira (23), durante uma operação policial, em São Paulo.

Foto: Arquivo Pessoal

30 de abril de 2024

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, por meio da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, solicitou aos órgãos de segurança pública e controle de São Paulo a investigação da morte de Serigne Mbaye, um senegalês de 36 anos, ocorrida após uma operação da Polícia Militar na região central de SP. O pedido surge após o recebimento de denúncias que levantam suspeitas sobre as circunstâncias que levaram Mbaye ao óbito.

No último sábado (27), o ministro Silvio Almeida determinou a tomada de providências para a apuração do caso. Por meio da Ouvidoria Nacional, o ministro acionou o Ministério Público de SP, o 2º Distrito Policial – Bom Retiro, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de SP, a Ouvidoria das Polícias do Estado de SP e o presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

O documento ressalta que a ação policial teria sido realizada sem mandado judicial de busca e apreensão, suscitando questionamentos sobre o uso da violência pelos agentes de segurança, que teriam utilizado balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os moradores.

Além disso, a uvidoria solicita uma investigação sobre a entrada dos oficiais de segurança no prédio sem autorização judicial, considerando-o “um flagrante desrespeito à Constituição Federal“, conforme o ofício.

A ouvidora nacional de Direitos Humanos, Luzia Cantal, está acompanhando e monitorando o caso.

O caso

Serigne Mourtalla Mbaye, de 38 anos, faleceu na terça-feira (23). O senegalês residia no Brasil há quase três anos e, em São Paulo, vivia no edifício Japurá, localizado na rua Guaianases, centro da capital.

Segundo informações divulgadas pela PM na ocasião, os agentes estavam patrulhando a região quando constataram a comercialização de celulares roubados em um prédio. Ao adentrarem o local, os policiais teriam surpreendido um homem com vários aparelhos celulares, que tentou fugir, mas foi detido. No mesmo andar, conforme a versão policial, um segundo homem teria tentado fugir pulando pela marquise do prédio. O resgate foi acionado, mas ele não resistiu.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano