PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Morre, aos 63 anos, o intelectual e líder quilombola Antônio Bispo dos Santos

O autor piauiense ganhou notoriedade por meio de sua atuação política e de uma obra questionadora, baseada em saberes tradicionais e promotora de cosmovisões contracoloniais
Imagem mostra o intelectual quilombola Antônio Bispo dos Santos, o Nêgo Bispo, um idoso negro, com barba grisalha e comprida, além de cabeça raspada. Ao fundo, há uma área de mata desfocada

Foto: Alexia Melo/Reprodução

3 de dezembro de 2023

Neste domingo (3), morreu o filósofo, professor e líder quilombola Antônio Bispo dos Santos, um dos intelectuais orgânicos mais influentes da atualidade. Autor de livros como “A Terra dá, a Terra quer”, de 2023, e “Colonização, Quilombos: modos e significações”, de 2015, o pensador faleceu após uma parada cardíaca.

Nascido em 1959, no vale do rio Berlengas, no Piauí, Nêgo Bispo, como também é conhecido, foi o primeiro de sua família a ser alfabetizado e cresceu entre os saberes de mestres e mestras do quilombo Saco Curtume, localizado no município de São João do Piauí, a cerca de 400 quilômetros de Teresina.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Em sua formação como escritor, traduziu a sabedoria local em textos, além de realizar a mediação com autoridades da região. Sua atuação teve como marca a luta pela terra e a promoção da cosmovisão de povos contracolonizadores.

O intelectual teve atuação destacada na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (Cecoq/PI), na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e em movimentos sociais piauienses.

Recentemente, o filósofo quilombola ministrou cursos e palestras por todo o Brasil, sendo ainda professor convidado do Encontro de Saberes da Universidade de Brasília (UnB) e da Formação Transversal em Saberes Tradicionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano