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Morre Emanoel Araújo, curador do Museu Afro Brasil, aos 81 anos

Devido à morte, o governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) decretou luto oficial de três dias no estado; velório acontece nesta quinta-feira, na sede do museu

Imagem: Reprodução/Isadora Brant

Foto: Imagem: Reprodução/Isadora Brant

7 de setembro de 2022

Emanoel Araújo, artista plástico, escultor e curador do Museu Afro Brasil, morreu nesta quarta-feira (7), aos 81 anos. De acordo com informações do museu, Emanoel foi encontrado sem vida por um funcionário em sua residência, no bairro da Bela Vista, região central da cidade de São Paulo, por volta das 10h de hoje. O velório acontece amanhã (8), das 9h às 16h, no pavilhão do Museu Afro, que será batizado de Araújo como homenagem ao artista.

Atualmente, o escultor estava trabalhando para levar ao Museu Afro Brasil, em novembro, uma exposição temática sobre o bicentenário da independência, unindo duas datas: o 7 de setembro, dia da proclamação da independência do país, na capital paulista, e 2 de julho de 1823, data de efetivação do movimento da independência baiana que efetivou o processo de emancipação do Brasil.

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Devido à morte de Emanoel Araújo, o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), decretou luto oficial de três dias no estado.

“Emanoel Araújo foi um ícone da cultura negra no Brasil. Artista, professor, pesquisador e gestor público de múltiplos talentos, Emanoel deu uma nova dinâmica à Pinacoteca de São Paulo, fundou o Museu AfroBrasil e trabalhou durante toda sua vida pela valorização da história da arte afrodescendente brasileira e da arte africana. São Paulo seguirá com seus ensinamentos”, afirmou o governador.

Trajetória

Emanoel Araújo nasceu em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, em 15 de novembro de 1940. No final da década de 1950, fez sua primeira exposição individual ainda em sua terra natal. Mudou-se para Salvador em 1960 e ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA), onde estudou gravura.

Em 1966 foi premiado pela primeira vez por sua participação na II Exposição Jovem Gravura Nacional no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo e, no circuito internacional, foi premiado, em 1972, com a medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. No ano seguinte, recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor.

Pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), Emanoel Araújo recebeu o Prêmio “Ciccillo Matarazzo” em 1998 e 2007, além do Prêmio Clarival do Prado Valladares, em 2020, ano em que também recebeu a Medalha Zumbi dos Palmares pela Câmara Municipal de Salvador. Em 2021, foi agraciado com a Medalha Tarsila do Amaral pelo Governo do Estado de São Paulo.

Internacionalmente, Emanoel Araújo também foi diretor do Museu de Arte da Bahia (1981-1983). Lecionou artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York (1988).

Entre 1992 e 2002 foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Nos anos de 1995 e 1996 foi membro convidado da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural, instituídos pelo Ministério da Cultura. Em 2004, fundou o Museu Afro Brasil, em São Paulo, do qual era Diretor Curador e Executivo.

Emanoel Araújo expôs em várias galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de 50 exposições individuais e mais de 150 coletivas.

Durante sua gestão no Museu Afro Brasil, a exposição “Africa Africans”, da qual foi curador, foi premiada como melhor exposição de 2015 pela ABCA. Como curador independente, sua exposição “Francisco Brennand Senhor da Várzea, da Argila e do Fogo” recebeu o prêmio Paulo Mendes de Almeida, como a melhor exposição realizada no país no ano de 2017.

Leia também: ‘7 de Setembro: independência para uns, morte para outros’

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