Na cidade de São Paulo, o número de mortes de mulheres por diabetes é 20 vezes maior em bairros da periferia, na comparação com bairros ricos da capital. Essa diferença foi evidenciada por uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, em parceria com a associação Umane, a partir de dados públicos do período de 2010 a 2019.
A pesquisa comparou o índice médio de mortalidade por diabetes nos bairros paulistanos. Moema, um bairro rico da zona sul, apresentou o menor índice, de 0,11, enquanto o Jardim Helena, na zona leste, registrou a pior taxa, de quase 2,5 – número 20 vezes maior. A diferença também é significativa entre os homens, embora menor.
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A desigualdade não se restringe ao diabetes. No Grajaú, um bairro periférico da zona sul, a taxa de mortalidade por problemas cardíacos é quatro vezes acima da média da cidade para homens de 30 a 39 anos. Para doenças cerebrovasculares, como AVC, o Brás, na zona central, apresentou a maior taxa de mortalidade entre mulheres, enquanto o Jardim Paulista teve o menor índice. Entre os homens, a mortalidade por AVC é quatro vezes maior em Perus, no noroeste, do que em Moema.
População negra é a mais afetada por diabetes
O Brasil ocupa a 5ª posição mundial em incidência de diabetes, com 16,8 milhões de adultos (20 a 79 anos) afetados. No caso do diabetes tipo 1, o país está em 3º lugar. A Federação Internacional de Diabetes (IDF) projeta que o Brasil pode ter 21,5 milhões de diabéticos em 2030.
Dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), coletados ao longo de 15 anos, indicam que a diabetes, junto com hipertensão, doença renal crônica, obesidade e transtornos mentais, é mais frequente entre a população negra em comparação com a branca. A multimorbidade, ou a presença de várias doenças crônicas simultaneamente, é mais comum entre negros, com as mulheres negras sendo as mais afetadas e os homens negros apresentando a maior mortalidade.
Texto com informações da Agência Brasil.