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MP denuncia 7 PMs por morte de vendedor ambulante na periferia de SP 

Segundo a denúncia, o jovem David Nascimento foi morto a tiros e incriminado por policiais militares do BAEP na comunidade do Areião
A foto mostra viaturas do Batalhão de Operações Especiais (BAEP) da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP).

A foto mostra viaturas do Batalhão de Operações Especiais (BAEP) da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP).

— Reprodução/Governo do Estado de São Paulo

28 de maio de 2025

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) denunciou sete policiais militares pela morte do vendedor ambulante David Nascimento dos Santos durante uma abordagem no Jaguaré, na Zona Oeste da capital paulista, em 2020.

O jovem negro, de 23 anos, foi morto a tiros no dia 24 de abril, na comunidade do Areião. Imagens de câmeras de segurança mostram que a vítima foi abordada e levada por policiais do Batalhão de Ações Especiais da Polícia (BAEP). À época, a polícia alegou que David era suspeito de um roubo. Após a morte, os PMs o vestiram de acordo com a descrição do suspeito.

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Os sargentos Carlos Antonio Rodrigues do Carmo, Carlos Alberto dos Santos Lins, Lucas dos Santos Espíndola, o cabo Cristiano Gonçalves Machado e os soldados Antonio Carlos Rodrigues de Brito, Vagner da Silva Borges e Cleber Firmino de Almeida foram denunciados por homicídio qualificado.  

A promotoria do Ministério Público acusa os policiais de simular a participação do ambulante no suposto assalto, cuja vítima não havia reconhecido David Nascimento como assaltante, para justificar o homicídio.

Além da acusação de homicídio, Vagner da Silva, Lucas dos Santos e Carlos Antonio Rodrigues foram denunciados por fraude processual. Os demais também enfrentam denúncias de cárcere privado.

O MPSP também destaca que o corpo foi levado à delegacia já sem vida, o que indica que a ocorrência foi apresentada de forma fraudulenta. Na época, os policiais registraram um boletim de ocorrência, atribuindo ao jovem o porte de uma arma de fogo de nove milímetros. O documento ainda alegava que a vítima havia disparado contra os PMs.

A denúncia ainda será analisada pela Promotoria de Justiça Criminal da Capital e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que decidirão sobre a aceitação ou recusa.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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