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Ministério Público encontra nova pista de crianças desaparecidas em Belford Roxo

Filmagem mostra o momento em que os meninos de 8, 10 e 11 anos passaram por uma rua de um bairro vizinho ao que desapareceram; nova informação pode ajudar a solucionar o caso

Texto: Redação | Imagem: Reprodução

Belford roxo

11 de março de 2021

Quase três meses após o desaparecimento de Lucas Matheus (8), Alexandre Silva (10) e Fernando Henrique (11) em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, o Ministério Público do Rio de Janeiro localizou uma filmagem que pode ajudar a solucionar o caso. Na imagem, os três garotos aparecem caminhando pela Rua Malopia, em um bairro vizinho ao que desapareceram em dezembro passado.

De acordo com informações do G1, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que as crianças tenham sido capturadas nessa região da cidade. A câmera de segurança que registrou as crianças já tinha sido apreendida pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, mas os investigadores não encontraram o momento em que elas foram filmadas. O Ministério Público, no entanto, solicitou acesso ao mesmo material e localizou as imagens.

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Os meninos desapareceram quando foram brincar em um campo de futebol por volta das 10h30 da manhã do dia 27 de dezembro, perto de onde moravam no bairro do Castelar. Lucas e Alexandre são primos. A busca pelas três crianças é feita com a ajuda das organizações que criaram campanhas e cartazes que são espalhados nas redes sociais, mensagens de texto pelo celular e em diversas regiões do estado.

Taxa de pessoas desaparecidas em Belford Roxo

Entre janeiro e novembro de 2020 foram registrados 3.042 casos de pessoas desaparecidas em todo o Rio de Janeiro. Deste total, 769 desapareceram na Baixada Fluminense e 90 em Belford Roxo. Um em cada quatro casos de desaparecimentos registrados no estado acontece na Baixada. A taxa de pessoas desaparecidas na cidade de Belford Roxo é de 17 casos para cada 100 mil habitantes.

Segundo Mônica Cunha, co-fundadora do Movimento Moleque, que existe há 18 anos, a região “não existe para o Estado”. A resistência e a luta é feita pelo movimento organizado dos moradores para combater as desigualdades e a violência. “Os movimentos que nasceram pela luta da cobrança de direitos é que fazem alguma diferença e dão visibilidade para casos como esse. Se não fosse assim, se fosse só pelo esforço do Estado, seria normal crianças sumirem nessa região”, relata, em entrevista à Alma Preta, em janeiro.

A questão racial também é um marcador na desigualdade. “Se fossem crianças brancas, do Leblon, até a CIA já estaria investigando. Na Baixada, a maioria é negra. É o lugar para onde empurram os negros que não tinham direito de morar na cidade do Rio de Janeiro, para um lugar onde não tem direitos”, lembrou a ativista, na época.

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