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Mulher acusada de racismo em pet shop é demitida de hospital em Salvador

A agressora alegou ser juíza e ameaçou dar voz de prisão às vítimas; Associação dos Magistrados da Bahia informa que a mulher não integra o quadro da magistratura baiana
A imagem mostra Camila Ferraz Barros, mulher branca registrada se referindo à uma mulher negra como ‘preta e baixa’.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

6 de janeiro de 2025

No último domingo (5), o Hospital Mater Dei Salvador, na Bahia, demitiu a gerente de operações acusada de racismo em uma pet shop na capital soteropolitana. O caso foi registrado por testemunhas e divulgado nas redes sociais.

O crime ocorreu no sábado (4), em uma unidade da rede Petz localizada no bairro do Imbuí. Na filmagem, uma mulher branca é vista discutindo com a gerente do estabelecimento. 

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Aos gritos, a cliente alega ser juíza e ameaça dar voz de prisão à vítima. Ao final, a agressora se refere à servidora como “baixa e preta” Além de injúria racial, ela é acusada de ameaça e agressão física.

A mulher, identificada como Camila Ferraz Barros, foi demitida do cargo de gerente de operações do hospital na qual trabalhava. 

O comunicado, assinado pela diretoria da Rede Mater Dei de Saúde (RMDS), informa que uma sindicância interna foi realizada para analisar a denúncia contra a enfermeira.

“A RMDS não tolera qualquer ato discriminatório por parte de seus integrantes e reafirma seu compromisso com a igualdade e a inclusão. Comprometida com seus valores, a RMDS mantém uma postura firme contra todas as formas de discriminação, incluindo racismo, etarismo, homofobia e bullying”, diz trecho da nota. 

Entidades repudiam racismo

Em resposta, a Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB) notificou que a agressora não integra os quadros de servidores da magistratura baiana, como alegou durante a injúria. A nota, publicada no domingo (5), é assinada pelo desembargador e presidente da associação, Júlio Travessa.

“A AMAB reitera que tanto a entidade quanto o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) repudiam veementemente qualquer prática de racismo, conduta inadmissível e configurada como crime, passível de punição nos termos da legislação brasileira”, declara Travessa.

O Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), também manifestou repúdio ao caso. De acordo com a instituição, a conduta da profissional fere valores “éticos, humanos e sociais que fundamentam a prática da enfermagem”.

“Ressaltamos que o racismo é crime previsto na legislação brasileira e que o Coren-BA acompanhará com rigor a apuração dos fatos, garantindo que os princípios éticos da enfermagem sejam respeitados”, diz o comunicado.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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