Em publicação nas redes sociais, moradores do Quilombo Rio dos Macacos, localizado entre as cidades de Salvador e Simões Filho (BA), expuseram as situações críticas vivenciadas pela comunidade. O quilombo está em situação de isolamento por não possuir vias de acesso em boas condições de uso.
De acordo com a denúncia, a única estrada que liga à comunidade as escolas, postos de saúde e outros direitos, é de terra. Devido as últimas chuvas, local está coberto por barro e pessoas se encontram ilhados em seu território.
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Francielle Silva, moradora da comunidade, conta que nem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) consegue chegar na região pela falta de vias de acesso.
“Quando os moradores do território passam mal, tem que andar a pé. Através disso a comunidade já perdeu e continua perdendo diversas vidas. Mulheres já deram à luz no meio da lama”, diz Francielle em trecho da publicação.
Os jovens da comunidade precisam caminhar cerca de 14 quilômetros a pé para chegar na escola, pois não há transporte escolar para a região, o que tem contribuído para a evasão escolar.
Dois vídeos mostram crianças e adultos, descalços para se equilibrar entre os montes de barro na estrada, na tentativa de sair da comunidade. Em um dos vídeos, uma moradora comenta que a comunidade também sofre com a falta de água encanada.
Conforme a publicação, parte do estrago causado às estradas veio de erros da empresa responsável pelas obras estaduais.
O local é dividido em duas glebas. Segundo o relato dos quilombolas, o governo estadual iniciou obras de infraestrutura em apenas uma das glebas, ignorando parte do território onde está a maior parte dos moradores. Assim, a parte mais populosa permaneceu sem investimento e sem vias de acesso.
“A maioria das famílias do território não está sendo beneficiados nessa via de acesso. […] Como que a gente vai dar socorro se alguém passar mal na parte de cima do território? Não tem como”, comentou outra moradora na denúncia publicada nas redes sociais.