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‘Mulheres já deram luz no meio da lama’: comunidade quilombola denuncia isolamento e precariedade na Bahia

Segundo moradores do quilombo Rio dos Macacos, pessoas já morreram por não terem como sair da comunidade em casos de emergência
Na imagem, moradores do Quilombo Rio dos Macacos protestam durante passeata.

Foto: Reprodução / Instagram

6 de maio de 2024

Em publicação nas redes sociais, moradores do Quilombo Rio dos Macacos, localizado entre as cidades de Salvador e Simões Filho (BA), expuseram as situações críticas vivenciadas pela comunidade. O quilombo está em situação de isolamento por não possuir vias de acesso em boas condições de uso.

De acordo com a denúncia, a única estrada que liga à comunidade as escolas, postos de saúde e outros direitos, é de terra. Devido as últimas chuvas, local está coberto por barro e pessoas se encontram ilhados em seu território.

Francielle Silva, moradora da comunidade, conta que nem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) consegue chegar na região pela falta de vias de acesso.

“Quando os moradores do território passam mal, tem que andar a pé. Através disso a comunidade já perdeu e continua perdendo diversas vidas. Mulheres já deram à luz no meio da lama”, diz Francielle em trecho da publicação.

Os jovens da comunidade precisam caminhar cerca de 14 quilômetros a pé para chegar na escola, pois não há transporte escolar para a região, o que tem contribuído para a evasão escolar.

Dois vídeos mostram crianças e adultos, descalços para se equilibrar entre os montes de barro na estrada, na tentativa de sair da comunidade. Em um dos vídeos, uma moradora comenta que a comunidade também sofre com a falta de água encanada.

Conforme a publicação, parte do estrago causado às estradas veio de erros da empresa responsável pelas obras estaduais. 

O local é dividido em duas glebas. Segundo o relato dos quilombolas, o governo estadual iniciou obras de infraestrutura em apenas uma das glebas, ignorando parte do território onde está a maior parte dos moradores. Assim, a parte mais populosa permaneceu sem investimento e sem vias de acesso.

“A maioria das famílias do território não está sendo beneficiados nessa via de acesso. […] Como que a gente vai dar socorro se alguém passar mal na parte de cima do território? Não tem como”, comentou outra moradora na denúncia publicada nas redes sociais.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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