Uma em cada quatro pessoas em situação de rua no Brasil vive na cidade de São Paulo, segundo o Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH), plataforma do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lançada em novembro de 2023 para monitoramento e análise de políticas públicas.
De acordo com o observatório, em julho de 2023, a capital tinha um total de 54.812 pessoas vivendo em situação de rua. Esse número, no entanto, pode ser ainda maior, pois os dados levaram em consideração apenas as pessoas inscritas no Cadastro Único.
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Naquele ano, o perfil da população em situação de rua no país era majoritariamente masculino (88%) e em idade adulta (57% tinham entre 30 e 49 anos). A maior parte (68% do total) também era formada por pessoas negras (somando 50% pardas e 18% pretas).
O número de municípios brasileiros com pessoas sem residência formal também cresceu e passou de 1.215 em 2015 (22% do total de municípios do país), para 2.354 em 2023 (42% do total de municípios do país).
A cidade do Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com um total de 14.004 pessoas cadastradas, representando 6,3% do total da população em situação de rua do país. Em terceiro no ranking está a cidade de Belo Horizonte, somando 11.796 pessoas (5,3% do total do país).
O levantamento também sinaliza que o número de pessoas em situação de rua no Brasil quase dobrou nos últimos cinco anos, passando de 116.799 em 2018 para 221.113 em julho do ano passado.
Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, sete cidades brasileiras reuniam coletivamente 51,5% da população em situação de rua em 2023. Essas cidades incluem Salvador, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Campinas e Florianópolis.
Entre os principais motivos apontados para a situação de rua estavam os problemas familiares (44%), seguido pelo desemprego (38%) e o alcoolismo e/ou uso de drogas (28%).
A maioria das pessoas sem abrigo (60%) está nas ruas há pelo menos dois anos. Do total, 12% afirmaram viver nessas condições há mais de dez anos. As principais atividades realizadas para obter renda por essas pessoas são a de catador de materiais recicláveis (19%) e a de pedir dinheiro nas ruas (11%).