Em 2024, o país contabilizou mais de 11 mil adolescentes internados em unidades socioeducativas. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o perfil majoritário dos internos são jovens negros de até 17 anos.
Os dados integram o Painel de Inspeções no Socioeducativo, plataforma do CNJ que apresenta dados sobre o sistema socioeducativo nacional. O levantamento, baseado em inspeções judiciais realizadas entre setembro e outubro de 2024, foi divulgado na última quarta-feira (16).
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Cerca de 95,5% dos jovens detidos são do gênero masculino e 74,2% são negros. Apenas 25,1% dos adolescentes são brancos. A maioria dos atendimentos socioeducativos no período analisado se referem às internações, somando 7,7 mil ocorrências (70,7%).
As internações provisórias somam 2 mil casos (18,2%) e outros 993 adolescentes (9%) se encontram em situação de semiliberdade.
A região sudeste reuniu os três estados com a maior população de jovens e adolescentes nas unidades socioeducativas, com grande destaque para São Paulo.
As cidades paulistas reúnem 4.290 jovens nestas condições, número cerca de 200 vezes superior ao do Amapá, estado que obteve o menor índice de ocupação (19 pessoas). O recorte racial ainda não está disponível para as informações por estado.
Em sequência, Minas Gerais e Rio de Janeiro se destacam com os maiores percentuais de ocupação nas instituições socioeducativas com, respectivamente, 802 e 757 adolescentes neste contexto.
Somadas as três regiões, a região sudeste apresenta 5,8 mil jovens que cumprem medidas socioeducativas, dos quais 93% são do gênero masculino.
A pesquisa ainda detalha as estruturas das 427 unidades socioeducativas analisadas no intervalo, que apresentaram 57,57% de taxa de ocupação. Destas, 39% das unidades oferecem mais 20 horas semanais de estudo e 37,1% ofertam entre 16 e 20 horas por semana.