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Observatório do Clima propõe meta de corte de emissões de 92% para o Brasil até 2035

Novo plano climático sugere ações ambiciosas para o país, incluindo a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e ampliação de práticas sustentáveis
Locais alagados pela enchente no município de Eldorado do Sul no Rio Grande do Sul. Episódio foi enfatizado pelo Observatório do Clima como uma das consequências da crise climática no Brasil.

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

26 de agosto de 2024

Nesta segunda-feira (26), o Observatório do Clima (OC) apresentou uma nova proposta de meta climática para o Brasil, sugerindo uma redução de pelo menos 92% nas emissões de gases de efeito estufa até 2035 em relação a 2005. Isso significa que o país precisaria limitar suas emissões a 200 milhões de toneladas líquidas de CO2 equivalente para cumprir sua parte no esforço global de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 °C, conforme estabelecido no Acordo de Paris. Os responsáveis pelo documento comentaram sobre os dados em uma coletiva de lançamento on-line, acompanhada pela Alma Preta.

Elaborado por dezenas de organizações e embasado nas melhores evidências científicas, o documento define o que o Brasil deve fazer para combater a crise climática e assumir uma posição de liderança global, conforme prometido pelo presidente Lula. Atualmente, o Brasil é o sexto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo e presidirá a COP30 no próximo ano. A nova proposta de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que o país deve submeter à ONU até fevereiro de 2024, visa influenciar outros países do G20 a elevar suas metas climáticas.

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A proposta segue as orientações do Balanço Global do Acordo de Paris, estabelecido na COP28 em Dubai, e sugere uma transição energética que reduziria o uso de combustíveis fósseis no Brasil em 42%, além de medidas como a eliminação quase total do desmatamento e a ampliação de práticas agrícolas de baixa emissão. A meta inclui uma forte expansão do transporte público, substituição de combustíveis fósseis por energias renováveis e melhorias na gestão de resíduos.

O plano ambicioso também abrange medidas de adaptação ao clima, como a criação de um Fundo Nacional de Adaptação e a realização de um grande diagnóstico sobre perdas e danos no Brasil, focando em áreas vulneráveis como o Pantanal e a Amazônia, que sofrem com eventos climáticos extremos. Segundo Claudio Angelo, coordenador de Política Internacional do OC, “O que propomos aqui não é nada menos que uma transformação da economia brasileira. Parece radical, mas a emergência climática exige respostas radicais”.

A proposta do Observatório do Clima destaca a urgência de ações robustas para evitar desastres climáticos recorrentes, como as enchentes no Rio Grande do Sul, as enchentes e deslizamentos em Petrópolis e as recentes queimadas por todo o país. Com o plano de mudança, o Observatório enfatiza que a ambição climática do Brasil pode servir de exemplo para o mundo, contribuindo para a redução dos impactos globais da crise climática.

Proposta pressiona países e governantes a cumprir promessas

Essa é a terceira vez que o Observatório do Clima elabora uma proposta de metas climáticas para o país — sendo a primeira vez em 2015 e a segunda em 2020. Durante a apresentação dos novos números, a organização salientou que as novas propostas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) visam  intervir e influenciar na NDC que o governo federal está elaborando para submeter à ONU.

A expectativa é de que a ação proposta pelo Observatório do Clima incentive o governo federal a esquematizar conteúdos condizentes com a crise climática e com garantia de implementação. “Além de ser transversal, intersetorial e multissetorial, ele tem que ser federativo”, relembra Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, que enfatizou durante a coletiva que os planos anteriores atuavam apenas ao nível federal e foram engavetados.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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