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ONU cita morte do menino Miguel como exemplo de ‘racismo sistêmico’ na pandemia

30 de setembro de 2020

Documento usa o caso brasileiro como demonstração da vulnerabilidade das empregadas domésticas; primeira audiência de instrução e do julgamento de Sarí Corte Real será em dezembro, seis meses depois da morte da criança

Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Carlos Ezequiel Vannoni/Pixel Press

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A morte de Miguel Otávio, de cinco anos, após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Recife quando estava aos cuidados da ex-patroa da mãe, Sarí Corte Real, em 2 de junho, foi citado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como um exemplo de “racismo sistêmico”.

O documento sobre Pessoas de Descendência Africana usa o caso brasileiro como demonstração da vulnerabilidade das empregadas domésticas durante a pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, e o tema está em discussão no Conselho de Direitos Humanos nesta quarta-feira (30). O governo federal poderá dar uma resposta sobre o caso.

O Grupo de Trabalho da ONU ressalta que as trabalhadoras domésticas são consideradas como essenciais no Brasil e com as escolas e creches fechadas em decorrência da pandemia Mirtes Renata precisou levar o filho Miguel ao trabalho. Segundo o texto, “falhas em avaliar e mitigar riscos associados à pandemia e ao racismo sistêmico levaram a fatalidades como a morte da criança de cinco anos”.

Conforme publicado pelo Jornal do Commercio do Recife, após Mirtes mobilizar internautas para pressionar o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) a marcar a data da primeira audiência de instrução e de julgamento sobre o caso, a justiça pernambucana definiu que será no dia 3 de dezembro, às 9h.

Na data, testemunhas de acusação, de defesa e a ré serão ouvidas pela Justiça. Já faz quase quatro meses que Mirtes perdeu o filho, que estava sob os cuidados da primeira-dama da cidade de Tamandaré, Sarí Corte Real, quando a empregada saiu para passear com os cachorros na rua.

A ex-patroa de Mirtes foi autuada em flagrante pela Polícia Civil por suspeita de homicídio culposo – quando não há a intenção de matar, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada. Posteriormente, Sarí foi indiciada por abandono de incapaz e aguarda o julgamento em liberdade.

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