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‘Operação Verão’: Justiça suspende apreensão a adolescentes no Rio

Em nota, a prefeitura do Rio de Janeiro informou não ter sido notificada da decisão do TJRJ e afirmou que seguirá com a execução da operação
Suspensão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acata pedido do Ministério Público.

Suspensão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acata pedido do Ministério Público.

— Carl de Souza / AFP

9 de setembro de 2024

A 1ª Vara da Infância, Juventude e Idoso do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) suspendeu o início da Operação Verão, que começaria no sábado (7) em toda capital fluminense.

O pedido de suspensão atendeu um pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que identificou uma violação no termo de autocomposição homologado em agosto, que regulamentou a abordagem de crianças e adolescentes pela polícia.

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O documento em questão prevê a criação de um planejamento conjunto entre os órgãos responsáveis, antes que sejam deflagradas ações que visem abordar adolescentes. Entre as determinações, o acordo propõe que qualquer revista pessoal deve ocorrer na presença de um responsável ou conselheiro tutelar.

Ainda segundo a decisão do tribunal, havia uma reunião agendada para a discussão do tema, mas membros da prefeitura não compareceram na data prevista. Com uma nova audiência marcada para outubro, o colegiado pede a suspensão de apreensão e condução de crianças e adolescente pelos agentes de segurança estaduais e municipais. 

“Uma audiência de conciliação foi marcada para o dia 10 de outubro. De acordo com a decisão, estado e município devem se abster de realizar a apreensão e condução de menores – exceto em caso de flagrante de ato infracional por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária –, conforme acordo homologado no Supremo Tribunal Federal”, diz trecho da decisão do TJRJ.

Em nota, a prefeitura do município diz não ter sido notificada da decisão e que a Operação seguirá conforme o planejado. O órgão também informa que a Secretaria Municipal de Assistência Social publicou, na última sexta-feira (6), uma resolução estabelecendo o protocolo do Serviço Especializado em Abordagem Social para a Operação Verão.

Histórico de apreensão de adolescentes

No último ano, a Operação Verão foi alvo de controvérsias judiciais pela constante apreensão de adolescentes. Sob a alegação de “suspeitos em potencial”, a ação passou a abordar jovens negros e de periferia que frequentavam as praias na zona sul cidade.

Em dezembro, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) e o Ministério Público Federal (MPF) entenderam as ações do poder público fluminense como ilegais. Na época, a 1ª Vara da Infância, Juventude e Idoso da Capital proibiu a apreensão de adolescentes, com exceção de flagrantes de ato infracional ou ordem judicial escrita. A medida, no entanto, foi suspensa pelo presidente do TJRJ, após recursos do município e do estado.

A DPRJ entrou com uma solicitação contra esse tipo de abordagem no Supremo Tribunal Federal (STF) que, em fevereiro de 2024, decidiu pela proibição de apreensão de crianças e adolescentes sem ordem judicial ou flagrante. Como parte da audiência de conciliação, o Estado e a prefeitura se comprometeram a apresentar um plano de abordagem social que não viole os direitos da infância e juventude, no prazo de 60 dias.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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