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Paulo César Caju, tricampeão mundial, é demitido de jornal por WhatsApp

17 de janeiro de 2020

Ídolo da luta antirracista no futebol tem coluna cancelada por editor do jornal O Globo

Texto: Juca Guimarães | Edição: Pedro Borges | Imagem: Cristiano Estrela/Diário Catarinense

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Fora dos gramados o atleta Paulo César Caju fez história ao denunciar o racismo e todas as demais mazelas que envolvem o futebol. Durante quatro anos, foi um dos colunistas mais contundentes e lidos do jornal O Globo. 

Seus textos publicados em um dos mais prestigiados jornais do país fazem justiça à carreira vitoriosa que teve no futebol, na seleção brasileira, na França e no Botafogo. Porém, o ex-jogador foi demitido do jornal pelo editor do caderno de esportes Márvio dos Anjos, por meio do WhatsApp.

Em mensagem para os amigos, o ex-jogador desabafou: “Este indivíduo Márvio dos Anjos, sem postura educação e respeito me demitiu pelo Whatsapp”, escreveu Caju. 

Segundo apuração da reportagem do Alma Preta, a postura transparente e contestadora do ex-jogador era vista com maus olhos pelo editor.  “Márvio entrou num jogo muito sujo que acoberta a verdade e impõe mentiras”, contou uma fonte de dentro do O Globo. 

Em fevereiro de 2019, ao falar sobre o estádio do Maracanã, Caju escreveu na coluna: “Os torcedores [do Maracanã] também foram transformados ao longo dos anos. Hoje são brancos, belos e ricos. Duvido que saibam desfraldar uma bandeira gigante ou tocar um repique”.

Caju estava no elenco de estrelas do mundial de 1970. Durante dez anos, entre 1967 e 1977, jogou 78 vezes com a camisa da seleção brasileira e fez 17 gols. Ponta esquerda habilidoso jogou no Botafogo, Fluminense, Vasco da Gama e Flamengo. Em São Paulo, jogou no Corinthians. 

Fez muito sucesso na França defendendo o Olympique de Marseille. Em 2016, François Hollande, presidente da França, veio até o Brasil para entregar ao Caju a medalha de cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra, distinção instituída por Napoleão Bonaparte em 1802. É a maior honraria do governo Francês.

O jornal O Globo foi procurado pela reportagem do Alma Preta para comentar sobre o cancelamento da coluna, mas até a publicação deste texto não houve resposta.

Caju, por sua vez, comentou, em áudio que circula nas redes, que o editor foi racista na decisão de cancelar a coluna, pois não aceita críticas ao Flamengo e ao modo como a imprensa cobre o clube. 

Em conversa com o Alma Preta, Caju afirmou que ficou abalado e está se refazendo da “ banda que levou” desse “lixo”, referindo-se a Márvio. 

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