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Pequena África, no Rio, receberá investimento de R$ 10 milhões para valorização

A iniciativa visa financiar ações de fortalecimento da memória do território localizado na região central da capital fluminense
Imagem mostra monumento do Cais do Valongo, localizado na região da Pequena África.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

1 de setembro de 2024

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou um financiamento no valor de R$ 10 milhões para o fortalecimento do território da Pequena África, localizada na região central da cidade do Rio de Janeiro. 

A região abriga o sítio arqueológico Cais do Valongo, considerado patrimônio cultural mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) desde 2017. O local foi o principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas durante o período escravagista, tendo recebido aproximadamente 1 milhão de cativos em 40 anos.

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O contrato foi celebrado por meio da iniciativa “Viva Pequena África”, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), que selecionou um consórcio para atuar em ações de preservação e valorização da memória e herança africana. Também será desenvolvida uma rede de instituições deste e outros territórios que representem a ancestralidade africana no Brasil, para futuras ações.

O grupo vencedor do edital é formado pela organização não-governamental Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), junto a startup de afroturistmo PretaHub e a Diáspora.Black, empresa que desenvolve atividades voltadas à inclusão de empreendedores negros no mercado.

De acordo com o BNDES, outros R$ 10 milhões serão injetados a partir de captação junto a doadores, somando um total de R$ 20 milhões em investimentos para a área.

O consórcio atuará em cinco eixos, com cerca de R$ 11 milhões para projetos baseados na identidade cultural e criatividade, e R$ 2 milhões para a realização da Mostra Cultural Viva Pequena África e a criação do Selo Viva Pequena África. Outros R$ 500 mil serão destinados à realização do Seminário Internacional Viva Pequena África, que debaterá a valorização, proteção e difusão do patrimônio cultural.

Com um aporte de R$ 548 mil, o quarto eixo focará na sistematização de tecnologias sociais desenvolvidas pela comunidade, criação de memórias e novas narrativas de empoderamento social. Por último, o quinto eixo de trabalho contará com R$ 1,7 milhões para o mapeamento dos territórios de memória afro-brasileira e investimentos em projetos de desenvolvimento local.

Segundo a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, a seleção do consórcio vencedor utilizou requisitos inéditos de equidade racial e envolveu a escuta ativa de instituições e atores já atuantes no local. 

“Esse processo foi crucial nas nossas decisões. Em muitas intervenções, mesmo quando voltadas ao resgate histórico e valorização do espaço urbano, o resultado foi a exclusão e a gentrificação, com o encarecimento do custo de vida, expulsão dos antigos moradores e aprofundamento da segregação socioespacial. Exatamente porque não se buscou a participação, o empoderamento dos coletivos ali presentes. Isso é exatamente o que nós queremos evitar”, declarou Campello durante o evento de assinatura do contrato.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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