Pernambuco aparece no topo do ranking de estados mais inseguros para a juventude. Em estudo realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, formado por sete organizações de pesquisa e estatística, o estado lidera o número de homicídios de pessoas até 18 anos no último ano entre os estados monitorados. Bahia, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro completam o quadro de localidades avaliadas.
Intitulado “A Vida Resiste”, o documento aponta que, entre os meses de junho de 2019 até maio deste ano, das 1.473 ocorrências de violências gerais nos estados monitorados, 507 foram contra crianças e adolescentes; um terço dos registros. Entre os casos levantados contra os jovens, em uma análise de taxas por 100 mil habitantes, Pernambuco dispara na lista.
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A proporcionalidade do número de casos coloca o estado no protagonismo de violência contra crianças e adolescentes devido aos números das seguintes categorias levantadas: homicídios, 165 casos de um total de 507; 27 tentativas de homicídio, de 66; 5 únicos latrocínios registrados; 3 únicas tentativas de homicídio e o único feminicídio de menor de idade.
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Ainda segundo o relatório, Pernambuco ocupa o segundo lugar em número de crianças e adolescentes vítimas de balas perdidas, totalizando 19 casos e liderando com grande margem de folga entre os demais estados do Nordeste: Bahia (cinco casos) e Ceará (quatro casos); e perdendo apenas para o Rio de Janeiro (37 casos), local onde registros como esses figuram cotidianamente nos noticiários nacionais.
A pesquisa também destaca o aumento de casos de abuso sexual. No mesmo período de levantamento do número de homicídios, Pernambuco bateu a marca de 54 registros. Em comparação entre os meses de junho a dezembro de 2019 e o mesmo período em 2020, houve a crescente de 14 para 25 ocorrências, um aumento de 78,6%. De acordo com as pesquisadoras envolvidas no núcleo do estado, Dália Celeste, Deila Martins e Edna Jatobá, a pandemia pode ser um fator contribuinte no aumento, pelos jovens passarem em suas residências e os agentes das ações serem, comumente, identificados com parentescos próximos das vítimas.
As pesquisadoras também diagnosticaram dificuldades no balanço por recorte de raça. “Enfrentamos dificuldades para encontrar a cor das pessoas que foram linchadas ou quase linchadas nas notícias analisadas diariamente. No estado de Pernambuco, dos 56 eventos monitorados, em 3 não temos essa informação. Dos 25 casos que possuem essa informação, 19 são pessoas pretas, duas são pardas e quatro são brancas. Mas não é preciso nenhum esforço para imaginar qual seria a cor não informada das outras 31 pessoas”, afirmam, em relatório.
PROTAGONISMO PRESENTE TAMBÉM EM NÚMEROS DE FEMINICÍDIO
Em avaliação dos estados no primeiro semestre deste ano, o aumento do número de caos de violência contra a mulher e feminicídios despontou em Pernambuco. Com avanço de 77% das ocorrências nos primeiros meses, em comparação com o mesmo período em 2020, o estado ficou em primeiro lugar com a crescente de 77%. Em segundo e terceiro lugar estão, respectivamente, São Paulo, com 39%, e o Rio de Janeiro, 23%.
Mais balanços do “A Vida Resiste” estão disponíveis, na íntegra, através do link.