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PM de SP atinge menor índice de letalidade em 8 anos após uso de câmeras nos uniformes

Desde de maio, 18 batalhões da Polícia Militar estão integrados no projeto “Olho Vivo”, que registra intervenções policiais em áudio e vídeo

Texto: Redação | Fonte: Folha de São Paulo | Imagem: Polícia Militar do Estado de São Paulo

Imagem de reprodução. Na foto, um dispositivo de captura de imagem e áudio acoplado na farda de um PM.

11 de julho de 2021

De acordo com dados inéditos obtidos pelo veículo Folha de São Paulo, no primeiro mês da ampliação do projeto “Olho Vivo”, que registra intervenções policiais em áudio e vídeo por meio de equipamentos acoplados aos uniformes, o estado de São Paulo atingiu o menor índice de letalidade da PM em oito anos.

Os dados apontam que caiu para 22 o número de mortes decorrentes da intervenção policial no mês de junho, menor índice da PM desde maio de 2013, quando houveram 17 mortes provocadas pela intervenção militar. A marca alcançada no mês de junho é inferior à média de 50 óbitos dos primeiros cinco meses de 2021.

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Parte da redução é resultado do desempenho dos 18 batalhões integrados ao programa “Olho Vivo” que zeraram as mortes em confronto. Nenhuma morte foi registrada nessas unidades. Quinze dos batalhões passaram a utilizar os equipamentos no mês passado, incluindo a Rota e Baeps (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), que têm um índice alto de letalidade. De acordo com a reportagem da Folha, só a Rota possui 386 mortes acumuladas em confrontos desde 2016.

Outras medidas de redução da letalidade policial estão em andamento e, por este motivo, o reflexo das câmeras está sendo estudado por um grupo de pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e da USP (Universidade de São Paulo) para entender a contribuição do projeto nas movimentações dos números.

“É muito injusto dizer: ‘Olha, a polícia passou a usar câmera, diminuiu o uso da força, porque o policial é mau policial’. Não. Todos os policiais são maus policiais? Como ficaria se a gente analisasse esses 18 batalhões, com uma queda significativa de uso da força, e a gente pensasse que esses 6.000 policiais são maus profissionais? Não é isso. As pessoas precisam entender esse fenômeno (de queda)”, diz o coronel Robson Cabanas Duque, gerente do programa Olho Vivo e um dos principais especialistas do país em câmeras corporais.

Segundo a PM, até agora foram implantadas 3.000 câmeras nestas 18 unidades. Há uma licitação em andamento para a aquisição de mais 7.000 equipamentos, que serão usados por policiais da capital e da Grande São Paulo até o começo de 2022.

“Para o mau policial, é um inferno na vida dele. Acabou. Essa pessoa vai pedir baixa [demissão]”, afirma Cabanas.

A PM ainda afirma que o programa de câmeras é algo que não tem volta.

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