No ano de 2024, o estado de São Paulo registrou 650 mortes provocadas por policiais militares em serviço. Considerando os óbitos ocasionados por agentes da Polícia Militar de SP (PMSP) de folga, o número de vítimas salta para 720.
As informações são do levantamento do Instituto Sou da Paz, divulgado na quinta-feira (6), e apontam um crescimento de 84,1% em relação às 353 mortes cometidas por PMs em 2023. Para os policiais de folga, o aumento foi de 42%.
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Com base em dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) e do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial (GAESP) do Ministério Público de São Paulo(MPSP), a pesquisa indica que este é o maior registro dos últimos três anos.
Nos dois anos da gestão estadual do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito em 2022, mais de mil pessoas foram mortas em intervenções policiais.
De acordo com o levantamento, a alta da letalidade policial chegou a 110% nas cidades da região metropolitana e na capital paulista, em relação ao ano de 2023.
O estudo indica que o perfil das vítimas foi majoritariamente composto por homens negros entre 18 e 39 anos. Cerca de 62,8% de todas as mortes eram de pessoas negras. Brancos representaram 31% dos casos.
O número de adolescentes mortos por PMs também obteve destaque, com 50 ocorrências. O período superou a soma dos casos registrados em 2022 e 2023.
Mais mortes, menos prisões
Em contraste com o expressivo número de mortes em ações e abordagens policiais, a pesquisa aponta que os autos de prisão em flagrante de delito militar caíram para a metade em 2024.
Também houve redução de 25% nos processos administrativos disciplinares e de 5% nos inquéritos policiais militares.
Mortes pela ROTA crescem com Tarcísio
Um segundo estudo do Instituto Sou da Paz, divulgado pelo Estadãona quinta (6), expõe que o crescimento na letalidade também chegou no batalhão da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (ROTA).
Também conhecido como o grupo de elite da polícia paulista, a Rota foi o batalhão da PMSP que mais matou em 2024.
Na gestão de Tarcísio, a Rota apresentou uma alta de 72% nas mortes cometidas por policiais em serviço em 2024, com 55 óbitos. O número é a maior taxa de letalidade da Rondas Ostensivas desde 2020.