PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Polícia foi responsável por 71% das chacinas ocorridas no primeiro semestre em Salvador

Segundo relatório do Instituto Fogo Cruzado, a polícia foi responsável por cinco das sete chacinas ocorridas entre janeiro e junho de 2024
A imagem mostra um agente da Polícia Militar da Bahia em pé, segurando uma arma em frente a uma viatura policial.

Foto: Reprodução / PMBA

17 de julho de 2024

O relatório semestral divulgado pelo Instituto Fogo Cruzado indicou um aumento na participação de policiais nos tiroteios ocorridos na cidade de Salvador e na Região Metropolitana. Dos 916 casos mapeados de janeiro a junho, 349 foram em ações policiais.

O número representa um aumento em comparação ao mesmo período do ano passado. Em 2023, dos 793 disparos de arma de fogo, 285 ocorreram durante operações da polícia baiana.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Entre as chacinas, foi observado uma diminuição nas ocorrências e um aumento da presença policial. Os primeiros seis meses de 2024 contabilizaram sete ocorrências e 23 civis mortos, uma redução considerável em relação aos 74 óbitos que ocorreram nas 21 chacinas do primeiro semestre de 2023.

No entanto, as “chacinas policiais” totalizaram cinco das sete ocorrências deste ano, representando 71% de todos os casos. Ao todo, 17 pessoas foram mortas nessas condições.

De acordo com o levantamento, entre as 860 pessoas baleadas no período observado, 309 foram alvos de disparos realizados durante operações policiais. Deste montante, 248 pessoas foram vítimas fatais e 61 ficaram feridas, o que equivale a 36% de todas as vítimas do período.

Para o pesquisador Dudu Ribeiro, membro da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia, os dados do relatório são claros em demonstrar que a política de segurança baiana coloca a população na “linha de tiro” com frequência.

“A participação nos tiroteios policiais está em uma escala crescente, amedrontando os mais vulneráveis ​​e tornando Salvador e região metropolitana um espaço cada vez mais inseguro. É preciso que as políticas públicas sejam pensadas para trazer paz à população”, declara Ribeiro em comunicado à imprensa.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Região Metropolitana de Salvador (RMS) compreende os municípios de Itaparica, Camaçari, Madre de Deus, Pojuca, Mata de São João, Vera Cruz, Candeias, Lauro de Freitas, Simões Filho, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé e Dias d’Ávila.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

Leia Mais

PUBLICIDADE

Destaques

AudioVisual

Podcast

papo-preto-logo

Cotidiano