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Policiais militares espancam vendedor ambulante

Vítima ficou com a cabeça ensanguentada por conta das agressões; policiais militares alegam desacato por parte do vendedor ambulante

Imagem: Reprodução

Foto: Imagem: Reprodução

2 de setembro de 2022

O vendedor ambulante José Fernandes da Silva foi agredido por dois policiais militares, nesta quinta-feira (1/9), por volta das 20h, na Rua Giovanni Bononcini, na saída da estação Grajaú da CPTM, na capital paulista. Um dos policiais é José Victor, cabo da polícia, e o outro não foi identificado.

José Fernandes trabalha como separador de mercadoria em uma rede de supermercados e no período da noite vende churros para completar a renda da família. A esposa cursa universidade no período da noite e ele fica responsável pelo empreendimento do casal. Aos gritos, ele disse ser trabalhador e estar lá para sustentar os filhos e netos.

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O vendedor ambulante foi agredido muitas vezes por estes policiais militares, que se utilizaram dos cassetetes para desferir inúmeros golpes contra José Fernandes. Um deles atingiu a cabeça do comerciante, que ficou com o rosto todo ensanguentado.

De acordo com o depoimento dele no 101º DP de Santo Amaro, a rotina corria normalmente quando um policial militar começou a tirar fotos do carrinho de churros. O vendedor então questionou o agente de segurança pública sobre o motivo dos registros fotográficos, quando passou a ser insultado. A situação gerou uma aglomeração e os policiais passaram a agredir José Fernandes da Silva. O caso foi registrado como desacato, desobediência, ameaça e lesão corporal, todas alegações dos policiais contra o vendendor ambulante.

O policial José Victor alegou desacato por parte do comerciante, que teria resistido a uma abordagem. Nas imagens gravadas, ele aparece questionando a legalidade do carrinho de churros. “Você tem autorização para estar ai?”, perguntou o agente de segurança pública.

O delegado Rafael Piana, responsável pelo B.O, pediu exame de corpo delito para averiguar as agressões. José Fernandes da Silva foi ao Hospital Luz, em Santo Amaro, e fez um exame de tomografia computadorizada do crânio para constatar possível trauma. O exame apresentou ausência de sinais de fratura ou sangramento interno.

O vendedor ambulante não conseguiu registrar um Boletim de Ocorrência contra os policiais militares no 101º DP de Santo Amaro. As acusações foram todas feitas pelos policiais contra José Fernandes. Ele irá, nesta sexta (2), a outra delegacia para tentar prestar queixa contra as violência sofridas.

A Secretaria de Segurança Pública foi questionada sobre a conduta dos policiais e encaminhou o pedido de posicionamento para o Centro de Comunicação Social da Polícia Militar. Até o fechamento da reportagem, não houve um pronunciamento da corporação.

Leia também: Invasão e agressões: moradores relatam violência policial na Brasilândia

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