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Presidente da FIFA propõe ‘derrota automática’ para times com torcedores racistas

A declaração de Gianni Infantino ocorreu após caso de racismo contra o goleiro francês Mike Maignan
O goleiro do Milan, Mike Maignan, foi alvo de torcedores racistas durante a partida de futebol da Série A italiana Udinese Calcio x AC Milan no estádio Friuli - Dacia Arena em Udine, em 20 de janeiro de 2024. A partida foi marcada por gritos de macacos dirigidos a Maignan por parte de um grupo de torcedores da Udinese.

Foto: Gabrielle Menis/ANSA/AFP

22 de janeiro de 2024

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, fez um apelo por proibições nos estádios em todo o mundo para espectadores racistas e propôs uma “derrota automática” para equipes cujos torcedores tenham comportamentos “abomináveis”. O pedido ocorreu após incidentes de racismo em jogos na Inglaterra e na Itália no sábado (20).

Infantino declarou que não há espaço para discriminação no futebol e na sociedade em geral. Ele expressou total apoio aos jogadores afetados pelos eventos recentes e propôs um processo em três etapas para lidar com incidentes de racismo: interromper a partida, retomá-la e interrompê-la novamente se a má conduta persistir. 

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Além disso, sugeriu uma “derrota automática” para o time cujos torcedores cometam atos racistas, proibições nos estádios em nível global e acusações criminais para os responsáveis.

Infantino enfatizou a necessidade de medidas educacionais, começando nas escolas, para combater o racismo no futebol e na sociedade. Ele concluiu reiterando a total solidariedade da FIFA às vítimas do racismo e de qualquer forma de discriminação, reiterando a mensagem “Não ao racismo! Não a qualquer forma de discriminação!“.

O que aconteceu

No estádio Friuli, em Udine, torcedores ofenderam o goleiro francês Mike Maignan, do Milan, durante uma partida contra a Udinese. O incidente levou à interrupção do jogo por alguns minutos. Maignan criticou a falta de ação das autoridades e do clube Udinese em uma mensagem nas redes sociais. “Fazemos comunicados, campanhas publicitárias, protocolos e nada muda”, lamentou.

A vítima avaliou que as pessoas que não se manifestaram diante do crime foram cúmplices.

“Os espectadores que estavam nessa arquibancada, que escutaram tudo, mas se calaram, vocês são cúmplices. O clube Udinese, que só falou de uma interrupção do jogo, como se não fosse importante, é cúmplice. As entidades e o Ministério Público, com tudo o que está acontecendo, se vocês não fizerem nada, vocês TAMBÉM SERÃO CÚMPLICES”, denunciou o goleiro.

Vários jogadores, clubes e federações, incluindo Kylian Mbappé e Kasey Palmer, a Federação Francesa de Futebol e a Inter de Milão, expressaram apoio a Maignan e condenaram os incidentes racistas. 
“Você está muito longe de estar sozinho, Mike Maignan. Nós todos estamos com você”, publicou Mbappé nas redes, em apoio ao seu companheiro de seleção francesa.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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