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Presidente do Palmeiras propõe saída de clubes brasileiros da Conmebol após caso de racismo

Presidente do Palmeiras critica punição branda ao Cerro Porteño e cobra medidas mais duras contra o racismo no futebol sul-americano
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

— Rovena Rosa/Agência Brasil

11 de março de 2025

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, sugeriu que os clubes brasileiros deixem a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e se filiem à Confederação das Associações de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf). A declaração ocorreu após a entidade sul-americana aplicar uma punição considerada branda ao Cerro Porteño pelo caso de racismo contra o jogador Luighi, do Palmeiras, durante a Libertadores Sub-20.

“Já que a Conmebol não consegue coibir esse tipo de crime e não trata os brasileiros com o tamanho que os clubes representam para ela, porque não pensar em nos filiarmos à Concacaf? Só assim vão respeitar o futebol brasileiro”, afirmou Leila à TNT Sports, nesta segunda-feira (10).

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A dirigente também criticou a resposta do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez. Segundo ela, Domínguez prometeu penalidades rígidas contra o Cerro Porteño, mas a punição aplicada foi insuficiente para coibir novas infrações.

“Não tenho dúvida de que essa penalidade é um estímulo para que aconteçam novos casos de racismo. A grande maioria dos clubes brasileiros já sofreu com esse tipo de crime em torneios organizados pela Conmebol. Isso não vai ficar assim. Precisamos de medidas firmes”, declarou.

Carta à Fifa e reunião na CBF

Diante da insatisfação com as decisões da Conmebol, o Palmeiras enviou uma carta à Fifa pedindo maior rigor no combate ao racismo no futebol sul-americano. O documento, endossado por outros clubes brasileiros, sugere multa de 500 mil dólares (R$ 2,9 milhões) para clubes cujos torcedores cometerem atos racistas. 

Em caso de reincidência, a eliminação da equipe do torneio seria automática. Se o agressor for identificado e punido criminalmente, a multa seria reduzida para 100 mil dólares (R$ 580 mil).

Os valores propostos são dez vezes superiores à penalidade aplicada ao Cerro Porteño. A Conmebol determinou uma multa de 50 mil dólares (R$ 288 mil) e a realização das próximas partidas do clube paraguaio com portões fechados, decisão que ainda cabe recurso.

Leila também revelou que a CBF reunirá dirigentes de clubes brasileiros nesta quarta-feira (12) para discutir novas ações contra o racismo.

“Vou conversar com os clubes brasileiros e com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Se não somos respeitados aqui na América do Sul, por que não ir para a Concacaf? Financeiramente, seria melhor para os clubes brasileiro”, afirmou.

Além do Palmeiras, a Libra e a Liga Forte União (LFU) também aderiram à luta contra o racismo no futebol e apoiaram o pedido enviado à Fifa. As entidades pedem que a federação mundial intervenha e pressione a Conmebol por sanções mais rigorosas contra casos de injúria racial em competições sul-americanas.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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