Com o objetivo de preparar jovens moradores de favelas para atuarem ativamente nas discussões sobre questão climática, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, em parceria com o Observatório Internacional da Juventude (OIJ), o Instituto PerifaLab e o Climate Hub Rio, lança a segunda edição do programa “Jovens Negociadores pelo Clima”.
O projeto visa capacitar líderes jovens, especialmente das periferias, indígenas, negras/os e LGBTQIA+, para se tornarem negociadores eficazes do clima. Com atividades práticas e teóricas, o programa desenvolve habilidades essenciais para participação em debates climáticos em níveis local, regional e internacional, proporcionando conhecimento técnico e habilidades de advocacy (termo sinônimo de defesa e argumentação em favor de uma causa).
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Na primeira edição, realizada em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro, o programa formou 50 jovens líderes. Destes, delegados foram selecionados para representar as perspectivas da juventude brasileira na Cúpula da Amazônia e na COP 28 em Dubai.
O lançamento da segunda turma do Programa Jovens Negociadores pelo Clima aconteceu na quinta-feira, dia 20 de junho de 2024, no Rio de Janeiro. O evento contou com a presença de especialistas e líderes climáticos, promovendo o engajamento e a formação de novos participantes interessados em discutir a questão climática.
As inscrições são gratuitas, e o edital completo estará disponível no site oficial do programa, oferecendo todas as informações necessárias para interessados.
Racismo ambiental na COP30
Um levantamento feito pela Alma Preta Jornalismo revelou que apenas 16,18% do total de 989 brasileiros estiveram na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), realizada em 2022 em Sharm El Sheikh, no Egito. A intenção das entidades negras é aumentar esse número nas próximas edições e, com isso, apresentar demandas relativas à população negra.
É o caso de Ronaldo dos Santos, secretário para políticas quilombolas do Ministério da Igualdade Racial (MIR). Em conversa com a Alma Preta, o representante da pasta compartilhou o seu desejo de fortalecer a luta dos povos quilombolas e a preservação do meio ambiente na COP 30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém.
“Naturalmente os territórios quilombolas são espaços conservados. O que a gente não tem historicamente é a inclusão desses povos no debate do clima. Então, o nosso esforço é de fazer com que o óbvio aconteça, que é quem ajuda a conservar o meio ambiente e, portanto, o clima, participar desse debate, dessa construção”, pontua o secretário. Confira a entrevista completa.