No dia 20 de maio, foi lançado oficialmente o projeto “Na Quebrada Pro Futuro”, uma iniciativa que une educação, empregabilidade e transformação social, com foco em jovens de 17 a 23 anos em situação de vulnerabilidade social em todo o Brasil.
A proposta é oferecer uma trilha educativa inovadora, que combina desenvolvimento socioemocional, capacitação técnica e mentoria profissional, criando oportunidades reais de inserção no mercado. Fruto da parceria entre Banco Toyota do Brasil, Fundação Toyota do Brasil e New School, o projeto nasceu da necessidade de combater um problema estrutural: a falta de acesso a oportunidades qualificadas para a juventude das periferias.
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Durante o evento de lançamento, o painel “Revelando Talentos da Periferia” reuniu lideranças de diferentes áreas para discutir os desafios da mobilidade social e os caminhos para criar futuros possíveis. O bate-papo contou com a participação de Luciano Savoldi, CEO do Banco Toyota do Brasil; Kim Uehara, CEO da New School; Otacílio Nascimento, diretor executivo da Fundação Toyota; Maria Teresa Bertoldi, superintendente de RH do Banco Toyota; além da mediação de Luize Tavares, cofundadora da PerifaCon, e apresentação de Marcelo Rocha, head de ESG e Novos Negócios da New School.
Em entrevista à Alma Preta, Otacílio Nascimento relatou os objetivos da iniciativa. “A Fundação Toyota tem uma história muito voltada para o meio ambiente, mas quando olhamos para o futuro, entendemos que não existe sustentabilidade sem desenvolvimento social. E a educação é a base disso”, destacou.
O diretor também afirmou que a montadora, em processo de expansão no Brasil, prevê a criação de 2 mil novos postos de trabalho até 2026. “Nosso olhar com a New School e com esse projeto não é apenas formar, mas oferecer esses talentos para a própria rede Toyota — para o Banco, concessionárias, fornecedores”, afirmou.
Empresas também precisam se transformar: diversidade como estratégia de negócio
Maria Teresa Bertoldi, superintendente de Recursos Humanos do Banco Toyota, refletiu sobre a importância de projetos como esse também para a transformação interna das empresas.
“Quando olhamos para dentro do banco, percebemos que somos, majoritariamente, pessoas brancas, de contextos muito semelhantes. E isso não é só uma questão social, é uma questão estratégica. Empresas diversas se comunicam melhor, inovam mais e conseguem entender melhor seus clientes”, destacou.
Teresa revelou que o projeto uniu um grupo de voluntários dentro do banco, formado por colaboradores que, ao se aproximarem das realidades periféricas, passaram a pensar soluções mais concretas. “Quando fomos até a quebrada, foi um grande encontro entre pessoas de diferentes realidades. Não dá para transformar olhando de longe. É só estando lá, ouvindo e vivendo, que a gente entende. E isso mudou muito o nosso olhar”, contou.
Ela completou: “Não existe transformação real sem inclusão. E não existe futuro sustentável sem construir junto com quem sempre esteve fora das decisões.”
Uma plataforma pensada para a quebrada
A New School, responsável pela trilha formativa, desenvolveu uma metodologia que rompe com os padrões tradicionais de ensino. As aulas são interativas e construídas na linguagem da quebrada, com foco em desenvolvimento de habilidades socioemocionais, técnicas e profissionais.
Diego Nunes, head de Marketing, Relações Públicas e Comunicação da New School, reforçou esse compromisso: “O ensino tradicional não dialoga com a juventude das periferias. Por isso, criamos um modelo onde o jovem aprende, se desenvolve e é recompensado por isso. Além dos conteúdos, eles acumulam pontos e podem trocar por prêmios que realmente fazem diferença: desde computadores e celulares até bolsas de estudo e mentorias”.
A plataforma não é apenas uma trilha de conhecimento, mas também uma comunidade que acolhe, incentiva e impulsiona. “O jovem entra, aprende, e logo entende que pode também ser tutor, mentor, influenciador dentro da plataforma, ajudando outros jovens, criando uma rede de apoio que se retroalimenta”, explica Diego.
Histórias reais de transformação: a voz de quem vive a mudança
Entre os momentos emocionantes do evento, a entrevista de David Magalhães Patez, jovem que hoje é tutor na New School, para a Alma Preta, foi um dos grandes destaques.
“Eu conheci a New School em 2022, na Bienal do Livro. Na hora não deu para conversar muito, mas levei pra casa a ideia, meu irmão topou junto e a gente começou meio que numa competição pra ver quem fazia mais pontos. Meus amigos não acreditavam muito no começo. Parecia impossível uma plataforma onde você estuda, aprende e ainda ganha prêmios que realmente fazem diferença”, contou.
O projeto “Na Quebrada Pro Futuro” é uma iniciativa conjunta do Banco Toyota do Brasil, Fundação Toyota do Brasil e New School. O objetivo é capacitar jovens de 17 a 23 anos de todo o Brasil, especialmente das periferias, oferecendo uma trilha educativa gamificada, desenvolvimento socioemocional, capacitação técnica e profissionalizante, além de mentoria com profissionais do mercado.
Além dos cursos, os alunos que se destacarem terão acesso a oportunidades reais de trabalho e desenvolvimento dentro da rede Toyota e seus parceiros.
O projeto reafirma que a transformação social só é possível quando empresas, sociedade civil e iniciativas educacionais caminham juntas — construindo pontes, gerando acesso e criando futuros possíveis.