Criada há um ano e três meses, o Ubuntu Yoga surge em meio a pandemia para acolher mulheres pretas e periféricas, com o objetivo de contribuir no autocuidado e saúde mental das mesmas. Idealizado por Tati Cassiano, baiana, radicada em São Paulo, o projeto presta suporte de forma gratuita a 40 mulheres e, além das aulas de Tati, conta com Aline Inocêncio, instrutora de Hatha Yoga, Myriam Goem, instrutora de Kundalini Yoga e Tayla Cândido, instrutora de Vinyasa Flow.
Ubuntu Yoga é um espaço de acolhimento que promove a transformação pessoal e coletiva de mulheres pretas. A prática permite o alinhamento entre o corpo e a mente. Não é uma atividade qualquer, ajuda no alívio das tensões, diminui o estresse, alivia a ansiedade, ajuda na flexibilidade, aumenta o condicionamento físico, combate dores na coluna, aumenta a capacidade de concentração e possui ferramentas capazes de ajudar o praticante a lidar com traumas, fato comprovado cientificamente pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (EUA).
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Devido ao cenário ocasionado pela pandemia, em todo o mundo, o Yoga tem tido um papel significativo para os novos praticantes. A SEMrush realizou um levantamento onde mostra que a pesquisa pelo termo “Yoga” cresceu 50%, entre fevereiro e abril de 2020, nos mecanismos de busca. O termo “Meditação” cresceu 82% e a busca por tapetes de Yoga cresceu 735%, no mesmo período.
No Brasil, diante dos benefícios perceptíveis, foi incorporado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICS), desde 2017, definida pelo Ministério da Saúde como “tratamentos que utilizam recursos terapêuticos, baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças”. Ao lado de outras outras práticas integrativas, os atendimentos subiram de 216 mil para 315 mil, entre 2017 e 2018.
Um dos principais objetivos do projeto é tornar o Yoga acessível à população de mulheres pretas e homens pretos da periférica. O Ubuntu Yoga proporcionou uma qualidade de vida melhor para algumas alunas e professoras, que puderam olhar para dentro de si, irem de encontro com a própria ancestralidade e entender-se enquanto potência.
O período de gratuidade ainda não acabou. Continua ativo, mas, para as mulheres que estão desde o início. Como todas as aulas são filantrópicas e o projeto não recebe nenhum apoio financeiro, não foi possível abrir mais vagas neste momento. As facilitadoras do projeto têm suas próprias turmas de aulas e oferecem aulas com três opções de valores, para caber no bolso de quem se interessar em praticar.
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