Na próxima terça-feira (7), moradores do Quilombo Santa Justina e Santa Izabel, em Mangaratiba (RJ), se reunirão com representantes de órgãos federais, municipais e da concessionária de energia elétrica Enel para discutir a falta de acesso à energia na comunidade.
O território tradicional, localizado no litoral sul fluminense, está entre duas fazendas privadas e não possui instalações da rede de energia. A comunidade é certificada pela Fundação Cultural Palmares (FCP) desde 2016 e reconhecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), mas ainda não possui a posse regularizada.
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Segundo reportagem da Agência Brasil, as duas propriedades rurais que abrigam o quilombo pertencem ao empreendimento privado Ecoinvest – Desenvolvimento Empresarial. A Enel alega que a empresa não autoriza a entrada da concessionária para a instalação da rede elétrica.
Sem a devida eletrificação, a comunidade tradicional é iluminada por velas e lampiões e enfrenta dificuldades para utilizar equipamentos de saúde, como nebulizadores, e para manter o armazenamento adequado de remédios refrigerados.
Beto Palmeira, representante do Movimento Pequenos Agricultores, explica que a falta de abastecimento de energia no local é um dos catalisadores da migração de jovens quilombolas, que acabam deixando o local em busca de melhores condições de vida.
“Essa é uma estratégia da especulação imobiliária para minar as gerações futuras e aniquilar o quilombo”, denunciou Palmeira, em entrevista à Agência Brasil.
A reunião deve contar com a participação do Incra, da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), do Ministério Público Federal do RJ, a prefeitura do Rio e a Enel.